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Esporte e graduação juntos.
Esporte e graduação juntos.| Foto:
Esporte e graduação juntos.

Esporte e graduação juntos.

Tive a satisfação de conhecer dois encantadores meninos de treze anos. Tiago e Gabriel são gêmeos e jogam futebol de salão desde os quatro anos de idade. Um é loiro, de olhos claros, tranquilo e é goleiro. O outro é moreno, olhos mais escuros, de temperamento forte, um verdadeiro guerreiro jogando na posição central do time. Extremamente dedicados, determinados, disciplinados e talentosos.

Para os pais dos gêmeos , Agustinho e Luciana Ormeneze, o importante é que eles estejam felizes. E a felicidade dos meninos hoje se resume em uma palavra: Futebol. Desde cedo eles já aprenderam o que o esporte de melhor nos ensina: que a felicidade não acontece sem esforço e sem dedicação! E os pais, por sua vez, aprenderam que, sem a doação deles, as chances de que os filhos alcancem a felicidade caem pela metade.

Treinam de segunda a sexta durante uma hora e meia diariamente. Frequentam um curso de inglês intensivo totalizando cinco horas semanais e mantém as notas altas em um dos colégios mais respeitados de Curitiba. São atletas que jogam em dois times de futebol de salão e competem durante todo o ano letivo. E mais, são campeões em quase todos os campeonatos que participam!

Gabriel e Tiago disputando um jogo da Liga de Futsal de Curitiba.

Gabriel e Tiago disputando um jogo da Liga de Futsal de Curitiba.

Um dos fatores desse sucesso todo é que os pais nunca desistiram deles! Luciana, a mãe, diz: “Tem jogo, vamos!” e sempre faz um alerta os filhos falando: “Começou, tem que ir até o fim. Querem disputar este campeonato? Estejam cientes de que não vai ter piscina, festinha e nem viagens.Os finais de semana serão todos de jogos!”

A dedicação do casal é tanta que, os pais de Agustinho moram em Santa Catarina e os de Luciana em São Paulo, mas pelos filhos assumirem o compromisso de integrar os times e estarem nos campeonatos, a família já acabou por ficar por mais de um ano sem visitar os pais – e os avós.

“Nós vemos muitos talentos se frustrarem por culpa dos pais” explica Agustinho sobre a doação de tempo deles, pais, aos filhos atletas.

O pai e a mãe se realizam assistindo os meninos jogarem. “Quando eles estão de férias, acho que sentimos mais a falta dos jogos do que eles próprios!” Me confessa, Luciana.

No decorrer da nossa conversa sobre o futebol, sobre a família e o futuro dos meninos, de repente surge um nome -melhor, um apelido – Leo! Um tal de Leo que conversa de uma maneira que os meninos escutam, um Leo que cuida das notas escolares…. “O Leo que é um anjo da guarda na vida dos meninos!”- me contam os pais.Leonardo de Carvalho é o técnico do time de futsal da escola. E este seria o segundo fator do sucesso de Tiago e Gabriel, o técnico que além de treinador,  é amigo e “psicólogo”.

Técnico Leonardo no ultimo jogo da Liga De Futsal de Curitiba.

Técnico Leonardo no ultimo jogo da Liga De Futsal de Curitiba.

Leonardo além de treinar os meninos na escola, também seleciona jogadores entre 16 e 18 anos para disputarem uma Copa de futebol no estado da Flórida nos Estados Unidos.

A Copa Disney de Futebol faz parte de um programa de seleção para intercâmbio de atletas.

Reunindo mais de vinte países, a Disney Cup Soccer oferece uma real oportunidade para estes meninos pleitearem uma bolsa de estudos nas faculdades dos Estados Unidos da América.

Leonardo descobriu uma rota alternativa para que estes jovens joguem futebol profissionalmente –  bem diferente do que estamos acostumados a ver.  São adolescentes de classe média /alta buscando o sonho de serem jogadores profissionais no exterior cursando uma faculdade nos Estados Unidos. “ Os Estados Unidos é um mercado muito bom para os estudos de quem pratica esporte ” – me disse Leonardo.

No campeonato deste ano participaram cinco times brasileiros e os meninos do professor Leonardo ficaram em 5 lugar. No ano de 2015, terminaram na terceira colocação!

A grande diferença é que no Brasil para você virar um atleta, inevitavelmente terá que largar os estudos e, em outros países como no caso os Estados Unidos você é obrigado a se manter na faculdade e com boas notas.

Leonardo me conta uma interessante história de um garoto que tinha condições financeiras privilegiadas, estudava e treinava futsal no colégio particular em que ele trabalha. Para poder ser jogador profissional de futebol, deixou a escola e se matriculou em uma escola pública por ser próxima ao Centro de Treinamento do time de futebol o qual foi contratado. Infelizmente um ano depois ele foi dispensado do time. Leonardo prontamente o colocou no programa dos EUA e hoje, pelo grande talento reconhecido, cursa a faculdade com bolsa de estudos de 100%  subsidiada pela instituição.

Se tudo der errado nos planos deste garoto e, ele não conseguir um contrato com um grande time na Europa ou em outros expressivos mercados do futebol, mesmo assim “tudo terá dado certo”. Ele terá um curriculum diferenciado, um diploma internacional e uma oportunidade de trabalho em um país de primeiro mundo! Tudo através do esporte.

Em 10 anos de trabalho com o programa de intercâmbios, Leonardo levou 12 times – entre 150 e 200 atletas para campeonatos internacionais. 17 destes alunos estão cursando – ou cursaram – faculdades nos EUA através do programa da Disney Cup.

Os meninos Ormeneze iniciaram um trabalho que terá aproximadamente duração de um ano para que o futebol de salão seja adaptado para o futebol de campo. Modalidade esta que será jogada por eles na Copa da Disney em 2018.

O Professor Leo se refere aos gêmeos como “meninos de ouro”. Ele me explica que ele os chama assim não só pela maneira com que eles jogam no grupo, mas muito pela dedicação de Tiago e Gabriel.

Arquivo pessoal da família Ormeneze

Arquivo pessoal da família Ormeneze

Apesar do foco principal do trabalho de Leo ser o desenvolvimento humano, ele nitidamente coloca o seu time em uma condição comportamental de profissionais, dentro e fora das quadras. Assisti a um jogo da Liga de Futsal de Curitiba entre o time do colégio Marista e o time do colégio Positivo Junior. Surpreendeu-me o profissionalismo, a garra, a disciplina e o talento dos dois times. Sem discussões, sem brigas. Sem medo nas bolas divididas…concentrados e empenhados em vencer. Bonito de assistir!

O ponto que eu gostaria de chamar a atenção, é que no Brasil existe uma errada concepção de que a criança ou o jovem quando requisitados para algum concurso, para o vestibular ou para um estudo intenso, deve de imediato parar com o esporte.

O esporte não atrapalha os estudos, ele compõe a formação da criança. Ele ensina como qualquer outra disciplina. Ele ajuda na concentração, estimula a criação de novos neurônios, ajuda a relaxar, a se sentir satisfeito e confiante.

O melhor investimento que você pode fazer para o futuro do seu filho atleta é dedicar o seu tempo para o sonho dele. Acredite na formação de caráter que o esporte proporciona a eles. Com ou sem condições financeiras para envia-los para um intercâmbio, dedique-se a ajuda-lo a realizar o sonho de ser um atleta profissional.

Sou Cynthia Duarte – Atleta profissional de ciclismo por 20 anos, atualmente triatleta.

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Por Cynthia Duarte

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