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MENOPAUSA, E AGORA??? (parte I – SINTOMAS)
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O termo menopausa vem do grego mēn (mês) e paûsis (interrupção, pausa) – numa clara referência à interrupção do ciclo menstrual.

A menopausa é quando se dá a cessação do ciclo menstrual. Isso acontece gradualmente, e pode durar de menos de seis meses a mais de cinco anos – período chamado de Climatério. O uso popular, entretanto, fez com que o termo menopausa fosse mais usado. O início da menopausa só pode ser considerado após um ano do último fluxo menstrual, uma vez que, durante esse intervalo, a mulher ainda pode, ocasionalmente, menstruar. É um momento marcante na vida das mulheres. Ela é um evento inevitável, que ocorre devido ao esgotamento dos óvulos e o consequente fim dos ciclos ovulatórios, caracterizando a transição entre a idade fértil e o climatério.

O início da menopausa só pode ser considerado após um ano do último fluxo menstrual,  uma vez que, durante esse intervalo, a mulher ainda pode, ocasionalmente, menstruar.

O início da menopausa se dá por volta dos 45 – 50 anos, mas algumas mulheres entram na menopausa numa idade menor, especialmente se elas sofreram algum tipo de câncer ou outra doença séria em que houve uso de quimioterapia. A menopausa prematura (ou falência prematura dos ovários) são as que ocorrem em idades inferiores a 40 anos, e ocorrem em cerca de 1% das mulheres. Outras causas de menopausa prematura incluem Doença auto-imune, doenças na tireóide, Diabete Mellitus, Choques Emocionais agudos e intensos, ou ser cirurgica pela retirada dos ovários. A menopausa prematura é diagnosticada medindo-se os níveis de FSH (do inglês: follicle stimulating hormone – hormônio folículo-estimulante) e do LH (do inglês: luteinizing hormone – hormônio luteinizante) – os níveis desses hormônios serão mais altos se a menopausa chegou. Pode acontecer antes dessa fase, de forma espontânea ou cirúrgica – a chamada menopausa precoce. A menopausa cirúrgica ocorre após a retirada dos ovários ou do útero. Quando aparece após os 55 anos, é intitulada menopausa tardia.

Inicialmente, alterações nos ciclos menstruais são sutis, como mudanças do sangramento e da quantidade de dias em que o sangramento persiste. Depois são mais evidentes, com alterações erceptíveis e com escapes que ocasionalmente podem ocorrer no meio do ciclo. A menstruação vai ficando cada vez mais irregular até cessar. Mas isso não é regra. Em algumas mulheres tudo acontece abruptamente.

Suores, principalmente noturnos e que vêm junto com ondas de calor é o sintoma mais comum e que acomete cerca de 80% das mulheres. Este sintoma, chamado FOGACHO, é causado pela redução da produção de estrogênio, o que provoca uma desregulação do termostato natural do corpo. Geralmente se inicia como uma súbita sensação de calor na parte superior do tórax e face, mas rapidamente se espalha pelo corpo todo. Dura de dois a quatro minutos, associado a transpiração abundante e às vezes palpitações. Podem acompanhar calafrios, tremores, e ansiedade. A freqüência varia muito, de 1 a 2 episódios por dia até dezenas ao longo das 24 horas. É o sintoma mais comum. Mas não tê-lo não significa que não teve menopausa, como ouço muitas vezes na rotina do meu consultório…

Os níveis de serotonina e dopamina, neurotransissores cerebrais responsáveis pela regulação do humor, caem. Resultado: depressão, irritabilidade, labilidade emocional.

Esquecimento, falta de concentração e incapacidade de encontrar as palavras certas acompanham algumas mulheres. A memória de curto prazo pode ficar falha, tendo lapsos triviais, tais como onde guardou as chaves, aniversários de amigos, datas de compromissos, se desligou a chama do fogão, etc. Em pessoas metódicas pode ser algo que gere grande incômodo e que, futuramente pode piorar.

Outros sintomas como estresse, sudorese noturna e falta de sono, também podem afetar ainda mais o foco. A mulher pode ficar agitada, com a boca seca, taquicardia e falta de ar. A falta de testosterona pode trazer consigo insônia, déficits de memória, depressão, falta de força, libido e energia. Problemas para dormir podem ser causados por suores noturnos, como também pelos níveis de magnésio que baixam, sendo que ele ajuda a relaxar os músculos, permitindo adormecer..

Os músculos da garganta se tornam mais folgados, levando a pessoa a roncar. Perde-se estatura e equilíbrio. Tontura pode estar presente e ser causada por flutuações na pressão arterial ou na oxigenação cerebral.

Tem-se uma queda no colágeno, e o cabelo torna-se mais frágil. A taxa natural de perda de fios também pode acelerar (na cabeça e no corpo todo). Pele seca, escamosa, com coceira e envelhecida. Se torna mais fina, porque a perda de colágeno tende a ser mais rápida no início da menopausa. As unhas se tornam quebradiças. As relações entre hormônios feminino e masculino se alteram levando ao aparecimento de pêlos na face, principalmente no queixo, mas podem ocorrer no buço, bochechas, tórax e abdome.

Níveis baixos de estrogênio levam a boca a ficar mais seca, permitindo crescimento bacteriano desordenado, Resultado: cáries e gengivas que sangram. Tudo Isso pode danificar as papilas gustativas na língua, causando mau hálito, gosto ruim ou uma sensação de queimação na língua, além de alteração ou diminuição do paladar.

Hormônios e o sistema imunológico estão ligados e as alergias pioram ou surgem pela primeira vez, em especial, asma e dermatite.

A taxa metabólica diminui. As mulheres então precisam menos calorias se quiserem evitar ganho de peso, e o stress ligado à menopausa pode levar a um aumento os níveis de cortisol (outro hormônio), o que incentiva os depósitos de gordura no abdôme.

Estrogênio é importante para manter a hidratação e a bile no corpo. Quando os níveis começam a cair, a mulher tende a armazenar mais água, fazendo com que se sinta inchada. O corpo passa a produzir menos bile, não digerindo bem as gorduras, o que leva à flatulência.

A queda nos níveis do hormônio pode reduzir o tônus muscular do intestino, diminuindo o tempo de trânsito e provocando indigestão, náuseas, diarréia ou constipação.

O desequilíbrio hormonal inicial pode levar a mudanças no fluxo (pode ser mais intenso ou leve do que antes, e pode haver a formação de coágulos) e frequência (mais longa, mais curta ou ciclos irregulares).

A libido diminui pela queda de testosterona que nos dá desejo e sensibilidade clitoriana, pelo estradiol que lubrifica. O revestimento da vagina é composto por células que dependem de estrogênio. A queda deste hormônio leva a uma atrofia do tecido vaginal, a mucosa pode se tornar seca, provocando coceira, ardor ou queimadura, e, possivelmente, dor durante a relação sexual. Assim como acontece com a vagina, o tecido que reveste a uretra também necessita do estrogênio e, durante a menopausa ele se torna mais fino, ressecado, menos elástico e mais irritável, facilitando a invasão e proliferação bacterianas. Logo, as infecções urinárias freqüentes são comuns por este motivo e pela alteração de ph vaginal. Os músculos pélvicos em torno da bexiga podem enfraquecer também, fazendo com que a urina vaze ao tossir, rir ou espirrar. Sensibilidade mamária pode acontecer.

Mulheres na pré-menopausa têm 2,5 vezes mais depressão e o risco é maior nas que têm severos sintomas de fogachos e distúrbios do sono. Isso associado ao fato de reconhecer que está ultrapassando a fronteira da juventude e a idade madura. Num único dia a mulher pode alternar euforia, tristeza, raiva, ansiedade, sem haver um motivo real para tal.

Cerca de 60% das mulheres nessa fase queixam-se de dores articulares e as com sobrepeso são as que mais sofrem.

Cansaço, falta de energia e pouca disposição no dia-a- dia são muito comuns. Ocorrem não só pelas alterações hormonais mas também pelas alterações de humor e pela falta de sono.

Palpitações e sensação de batimentos cardíacos alterados e tornam comuns. A reposição de estrogênio melhora isso também.

Os ossos tornam-se mais fracos (osteopenia/osteoporose se instalam) levando as mulheres a estarem muito mais sujeitas às fraturas, como as de coclo de fêmur, que os homens.

Você se identificou com alguns tópicos? Parece que um tsunami a atacou, não é mesmo?

Tem solução? Existem riscos? O que, na realidade vale hoje em dia em termos de avanços e conhecimento? É o que passaremos a ver semana que vem aqui, no Palpite de Alice. Um grande beijo e até lá!

Por Raquel Camargo – médica

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