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Menstruação: Incomodada ficava sua avó!
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Incomodada ficava sua avó!

Cólicas, mal estar, menstruação, TPM… Durante muito tempo esse assunto foi considerado tabu e a maioria das mulheres ignorava o que acontecia em seu corpo. A busca pela independência feminina abriu espaço para o desenvolvimento de produtos que aliassem praticidade e conforto permitindo a execução das atividades diárias durante o período menstrual. Afinal, ficar isolada da sociedade sentada em um “ninho” como as indígenas não dá, né?

Ao longo da evolução as mulheres já usaram de tudo: papel, toalhinhas de pano, rolinho de ervas, bolinhas de lã, tufos de grama, etc. Imagine a situação desses tataravôs dos absorventes com as condições de higiene que tínhamos na Idade Média! Na época de nossas avós as toalhinhas higiênicas constrangedoramente enfeitavam os varais todos os meses. Fico pensando como viajavam “naqueles dias”…

Com o surgimento dos absorventes descartáveis houve uma revolução nos hábitos de higiene feminina. Todas lembram da frase: Incomodada ficava sua avó! Será mesmo? Hoje podemos escolher, mas sabemos qual a melhor opção?  Vocês já pararam para pensar quanta novidade há nesse segmento?

Esses dias no Clube da Alice vi uma discussão sobre vantagens e desvantagens dos absorventes, coletores, etc. A conversa era cheia de curiosidade, informações incompletas e muitas dúvidas. Percebi que eu também desconhecia parte dos absorventes discutidos. Resolvi conversar com Dr. Leonardo Benedetti, ginecologista e obstetra do INCIGAP – Instituto de Cirurgia e Gastroenterologia do Paraná que trouxe informações concretas sobre as opções do mercado.

Atualmente encontramos no mercado absorvente interno (para uso menstrual) e externo. Os externos podem ser usados durante a menstruação (não respiráveis) e existem também os de uso diário (respiráveis), fora do período menstrual. Estes últimos têm como função principal absorver os líquidos vaginais e vulvares para não manchar as roupas e não deixar a pele da vulva úmida.

 

Os absorventes não respiráveis têm uma película plástica na sua parte externa, para impedir que o sangue manche a roupa, isso pode elevar a temperatura da região genital e aumentar a umidade da pele, quando não trocados frequência adequada podem causar maceração da pele e aumento no numero de bactérias e, consequentemente, odor desagradável.  A troca constante é fundamental, principalmente nas mulheres que apresentam algum tipo de sensibilidade local, para estas o uso do absorvente interno pode trazer maior benefício, considerando que mantém a pele mais seca.

Em períodos de fluxo menstrual pequeno ou nos períodos intermenstruais, o uso dos absorventes respiráveis apresenta melhor resultado, pois não eleva a temperatura local e reduz a umidade da pele vulvar, sendo particularmente adequados para mulheres obesas e/ou com perdas urinárias involuntárias.  Estes absorventes devem ser trocados a cada 4 a 6 horas.

Os absorventes devem ser escolhidos de acordo com a intensidade do fluxo menstrual, devem ter grande capacidade de absorção para manter a pele o mais seca possível e de preferência compostos por algodão. A troca do absorvente deve ser precedida pela higienização da vulva, podem utilizados lenços umedecidos ou água corrente.

 

Os absorventes são fabricados com material de alta capacidade de absorção e que distribui o fluxo menstrual de maneira rápida e homogênea, atendendo várias necessidades e exigências das mulheres, desde a puberdade até a menopausa.  As brasileiras preferem absorventes externos, com abas e cobertura seca, porém os absorventes internos apresentam um crescimento em vendas, sendo as opções com aplicadores e no tamanho médio as mais procuradas. O que muitas esquecem é que o absorvente interno não deve ser usado para dormir e pode parecer incrível mais algumas se esquecem de retirá-lo!

Mulheres adoram novidades e nem mesmo os absorventes ficam fora dessa. A linha Premium apresenta dupla cobertura, design moderno e diferentes atrativos. Alguns têm microporos com rápida transferência do sangue para áreas distantes da pele, trazendo também novidade no sistema de absorção: círculos azuis absorvem o fluxo e impedem que volte á superfície.  Outros já contam com canais de absorção, cápsulas de gel e extratos naturais de camomila e Aloe Vera, para auxiliar e prevenir irritações e cuidar da pele.

No último ano, a Johnson & Johnson, lançou a tecnologia Fit, com formato de pontas estreitas na frente e atrás e um desenho anatômico, que se encaixa no corpo da mulher.

E os coletores? Vemos muitas discussões sobre coletor menstrual, mas temos informações suficientes sobre ele?

O coletor menstrual é um copo cônico de silicone hipoalergênico e antibacteriano com cerca de 5 a 6 cm de comprimento e 4 cm de maior diâmetro que, colocado no interior da vagina, serve para recolher o sangue menstrual. Por ser resistente e ao mesmo tempo flexível o coletor se adapta ao interior da cavidade vaginal, fazendo uma compressão de suas paredes, impedindo a entrada de ar e evitando vazamento menstrual. Na sua base encontra-se uma haste central com aproximadamente 2 cm, para tracioná-lo e fazer a sua retirada. Da mesma forma que o absorvente interno, evite permanecer por longos períodos com o coletor, que deve ser retirado a cada 4 a 6 horas para esvaziá-lo e higienizá-lo (lavando-o com água corrente), mesmo nos dias de menos fluxo.

O coletor não é descartável e se bem cuidado pode durar de 4 a 10 anos, e quando não estiver em uso deve ser guardado em local ventilado e fresco e sem ação direta da luz ou produtos químicos. Não é aconselhável manter relações sexuais quando o coletor estiver no interior da cavidade vaginal.

E qual é o melhor método: coletor menstrual ou absorvente interno?

O Dr. Benedetti destaca que até o  momento, não há evidências de superioridade de um método sobre o outro no que diz respeito à prevalência de infecções e sintomas urogenitais, portanto a escolha deve ser feita de acordo com a preferência individual de cada mulher.

E agora? Qual se adapta melhor a você?

Por Danielle Kiatkoski

 

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