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QUANTOS ANOS VOCÊ ESPERA VIVER?
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Posso assegurar-lhes que, hoje meus pacientes estão mais preocupados em como será a qualidade de vida desses anos do que com o número deles. E você? Quem quer viver até uma idade elevada sem poder reconhecer seus familiares, devido ao Mal de Alzheimer? Quem anseia sofrer dores intensas nas articulações ou nas costas em função da artrite degenerativa? Hoje o mundo está sofrendo de Mal de Parkinson, degeneração macular, câncer, AVCs, diabetes, obesidade, e de doenças cardíacas com uma freqüência sem precedentes… Ninguém mais parece morrer de velho.

Desejo simplesmente viver até morrer. É esse também o seu desejo?

Os médicos estimulam os pacientes a fazerem exames de rotina para manterem a saúde. Mas o que vejo é que estão apenas tentando detectar doenças antecipadamente. Pensem nisso, se estou errada.

Mamografias, papanicolau, exames de sangue e exames físicos, com o objetivo de verificar se há alguma doença silenciosa. O que foi que se preveniu? Não observo empenho em orientar as pessoas em como proteger a saúde, em falar sobre estilo de vida saudáveis que ajudem a evitar o desenvolvimento de doenças degenerativas.

Temos que insistir na tríade: comer saudavelmente, praticar atividades físicas, ingerir suplementos nutricionais de qualidade. Sim, fazer exames rotineiramente, controlar estresse, identificar tendências familiares a determinas as patologias, adotar hábitos saudáveis como evitar tabagismo por exemplo.

Isso tudo exige motivação do paciente? Sim! Claro! Mas a maioria das pessoas está disposta a fazer essas mudanças de estilo de vida quando entende realmente o que está em jogo. Porém, a maioria pressupõe que os pacientes jamais mudarão seus estilos de vida e, quando diagnostica pressão alta, pré-diabetes ou colesterol elevado, começam simplesmente a redigir uma receita. A medicação deveria ser último recurso e não primeira opção, pelo menos para os pacientes que ainda não estão em uma condição tão séria que exija intervenção medicamentosa imediata.

 Mais de 100.000 pessoas morrem a cada ano nos EUA, por reações adversas às drogas que lhes foram prescritas por seus médicos, e mais de 2 milhões de pessoas sofrem complicações não-fatais pelo mesmo motivo, segundo a American Medical Association;

 Quando se lê “com sabor natural de” na embalagem de qualquer alimento, é provável que esteja sendo enganado, porque os sabores naturais ou artificiais geralmente contêm as mesmas substâncias químicas sintéticas;

 Ao menos 70% dos alimentos processados à venda nos supermercados contêm, no mínimo, um ingrediente geneticamente modificado, cujo potencial de causar danos à saúde ainda não foi testado;

 Mais de 25 mil produtos químicos são empregados na fabricação de cosméticos;

 Um estudo conduzido pela revista científica Public Health mostrou que a incidência de mortes por doenças que afetam o cérebro triplicou em vários países entre 1974 e 1997. As causas mais prováveis são os pesticidas, os produtos químicos adicionados aos alimentos e os produtos químicos presentes em quase todos os aspectos da vida moderna.

 A água dos rios e córregos da Califórnia contêm altas concentrações de Prozac, Ritalina e antibióticos. Imaginam que aqui a situação é diferente? E o nível de anticoncepcionais?

 Pesquisadores médicos da Mount Sinai School of Medicine, de Nova York, detectaram 91 substâncias sintéticas no sangue e urina de nove voluntários cujas atividades profissionais não tinham nenhuma ligação com essas substâncias, nem viviam nas proximidades de onde eram produzidas.Tais substâncias são responsáveis por causarem deformidades em recém-nascidos, e distúrbios no Sistema Nervoso Central de adultos. Um efeito dessa contaminação é que nós somos, agora, uma das espécies mais poluídas existentes na face da Terra. Afirma Paula Baille-Hamilton – médica formada em Oxford, na Inglaterra, que é uma das maiores autoridades mundiais sobre a presença de toxinas na alimentação. “Na verdade, estamos todos contaminados a tal ponto que, se fôssemos canibais, a nossa carne seria considerada imprópria para consumo humano.”

Embora jamais sejamos capazes de eliminar totalmente os riscos de exposição a substâncias tóxicas danosas, nós podemos controlar esses riscos e reduzir as chances de sofrer danos. O futuro da produção de alimentos, da nutrição e da saúde depende de nossas atuações como indivíduos soberanos.

O que me dizem se, a cada semana nos propusermos juntos, a adotar estilos de vida mais e mais saudáveis? Podemos falar de um detalhe de cada vez. Já falamos aqui na Gazeta sobre os adoçantes, sobre a síndrome metabólica, sobre a vitamina D, mas podemos ir além, e bater um papo sério sobre cada vitamina, sobre pesticidas e comidas industrializadas, sobre o uso de hormônios sintéticos, sobre o

estresse oxidativo, e outras coisinhas mais… Topam? Vamos viver até morrer, e viver bem? E ainda deixar

esse legado a nossos filhos, o de uma vida bacana e plena? Quem topa, levanta o dedo!

Por Raquel Camargo

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