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Jacquin cozinha no C La Vie e no Terra Madre no fim do mês.
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Erick Jacquin e Raphael Zanette, juntos novamente depois de seis anos de abertura do C La Vie. (Foto/ Anacreon de Téos)

Erick Jacquin e C La Vie têm tudo a ver. Talvez os que estão chegando agora ao mundo da gastronomia não tenham noção da relação do chef francês com o restaurante curitibano. A estes é preciso dizer que o C La Vie nasceu, em 2010, a partir de Jacquin.

Foi ele quem deu consultoria ao projeto inicial do Raphael Zanette e, a partir daí, montou os primeiros cardápios da casa, com um tom basicamente francês, é claro, como pouco se viu na cidade. E que teve seu auge na consagração do seu Pato na Panela como melhor prato principal do Prêmio Bom Gourmet 2012. Com meu voto, inclusive. E até hoje o pato está em cartaz, destacando-se como um dos favoritos permanentes dos clientes do restaurante.

Além de ótimo cozinheiro, inspirado no mais alto nível da concepção francesa de cozinha, Jacquin é uma figuraça. Conviver com ele – e, felizmente, tive esse privilégio em alguns momentos – é uma dádiva, tão divertidas são as histórias que conta. Como a da vez que quebrou um prato ao meio para servir um cliente chato que insistia em pedir meia porção.

Lembrei-me de um jantar proporcionado por ele no C La Vie, no fim de 2010, no qual apresentou uma grande iguaria, “ovos de papagaio”. Pequenos, amarelinhos e redondinhos, tinham tudo a ver. Só que tudo não passava de uma experiência do chef pela cozinha molecular, por onde tem feito algumas incursões com resultados bem interessantes. Aquilo que chegava à mesa chamava-se “Explosão de manga com ovas de salmão”, com a bolinha amarela sendo uma película envolvendo suco de manga. Explosão porque ao chegar na boca a película se rompe, numa agradável sensação de inundação de sabores. Uma saborosa brincadeira de quem domina tudo na cozinha.

De lá para cá, Jacquin deixou consolidada a linha básica do restaurante e mudou muito. Fechou suas casas em São Paulo, passou a dar consultorias e explodiu em popularidade como jurado do programa Masterchef Brasil, que está nos momentos finais da terceira edição. Hoje é íntimo de muitos brasileiros, ligados a ele em admiração pelo contato mágico da TV.

Pois assim, com toda essa popularidade, Erick Jacquin estará de volta ao C La Vie no fim do mês. Uma retomada, uma reaproximação de quem, na verdade, nunca se distanciou, mas já deixava saudades por aqui. Ele vai tomar conta da cozinha do restaurante – atualmente muito bem comandada pelo jovem chef Giuliano Secco – para uma noite que promete ser memorável.

Será no dia 30, com o menu todo por conta de sua inspiração, com cinco pratos, a começar por Raviolis de lagoustines au gengimbre et sauternes (Raviólis de lagostins com gengibre e vinho sauternes), seguido por Crevettes rôties au pistou et tomate cerise confit (Camarão assado com molho pesto e tomate-cereja confit). Ele serve ainda um prato principal de peixe, o Pargou au four, pointe d’asperges et artichaut (Pargo ao forno, ponta da espargos e alcachofra) e um de carne, o Filet de boeuf rôti au foie gras et champignons (Filé mignon grelhado com foie gras e champignons). Na sobremesa, Soupe de fruits rouges, sorbet fruit de la passion (Sopa de frutas vermelhas, sorbet de maracujá).

O restaurante aceita reservas somente com pagamento antecipado, com o evento saindo a R$ 195 por pessoa. E, pelo que sei, as reservas já estão praticamente esgotadas.

Também no Terra Madre

Mas aí, para compensar possíveis frustrações, vem a boa notícia: vai ter repique. Tamanha foi a repercussão apenas com a divulgação do evento em redes sociais, que Raphael Zanette e Eric Jacquin decidiram organizar uma segunda noite, com outro cardápio, outro local e outras ideias.

Será na noite seguinte (31), no Terra Madre Ristorante, o braço italiano do grupo Vino!, que, dias atrás, abrigou, com enorme sucesso, uma parceria entre o inspirado chef da casa, Simone Brunelli, e um conterrâneo de Jacquin, não menos famoso, Emmanuel Bassoleil.

Bloody Mar, criação de Simone Brunelli. (Foto/ Divulgação)

Desta vez será diferente, com um jantar franco-italiano feito a quatro mãos por Brunelli e Jacquin. Quer saber o cardápio? Começa com prato de Jacquin, Artichaut à barigoule, crevette (Alcachofra à barigoule, camarão). Daí, por conta de Brunelli, um Bloody mar – trocadilho com o drinque famoso. O caldo é de bisque e tomates e, na torradinha de cima tem lula, polvo e camarões.

A Terrine de foie gras vem a seguir, antecedendo o Pargo au four, pointe d´asperges et artichaut (Pargo ao forno, ponta de aspargos e alcachofra), do chef francês.

O primeiro prato principal será um Gnocco farcito di vitello com molhos cogumelos e espuma de bechamel, claro que da inspiração do chef Simone Brunelli. Em seguida, a carne, o Filet d´agneau, lentilles vertes du puys (Filé mignon de cordeiro, lentilhas verdes de Puys);

Para encerrar, Panacotta, soupe de fruits rouges (Panacota de frutas vermelhas).

Este jantar de duas nacionalidades custa R$ 240, também com reservas antecipadas e previamente pagas.

Duas noites para não se apagar da memória gustativa. Com procura concorridíssima e poucos lugares restantes.

C La Vie

Alameda Presidente Taunay, 533 – Bigorrilho

Fone: (41) 3029-9988

Terra Madre Ristorante

Rua Desembargador Otávio do Amaral, 515 – Bigorrilho

Fone: (41) 3335-6070

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