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Atentado terrorista no norte de Londres foi vingança contra muçulmanos
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À primeira vista, o atentado terrorista desta madrugada no norte de Londres foi uma repetição de ataques com carros e caminhões que chocaram a Inglaterra, a França e a Alemanha nos últimos meses. O motorista da van acelerou contra pedestres desprevenidos, ferindo mais de dez, matando pelo menos um.

Mas há uma diferença crucial: o motorista era branco e atacou pedestres que saíam da mesquita de Finsbury Park. “Eu quero matar muçulmanos”, teria gritado o homem, segundo uma testemunha. Depois de tantos ataques de radicais islâmicos nos últimos meses, este parece ter sido uma vingança contra muçulmanos da cidade.

Esse detalhe é preocupante porque pode disparar uma escalada de retaliações entre radicais islâmicos e europeus sedentos por vingança. A cada novo episódio, malucos e desajustados acreditam ter encontrado um motivo para sair pela rua matando seus inimigos imaginários.

O Conselho Muçulmano Britânico não demorou para afirmar que o atentado foi “motivado por islamofobia”. Certamente o autor do crime não é simpatizante de Maomé, mas casos como esse, tanto os praticados por muçulmanos quanto por cristãos, parecem inspirados mais por transtornos mentais que por ideologias.

Como explicou a psicóloga Liah Greenfeld num belo artigo no New York Times, autores de atentados terroristas “em geral, não conseguem explicar a si próprios seu agudo desconforto existencial, e podem achar atraentes ideologias hostis a seu ambiente – a sociedade em que levam uma vida tão miserável”. Usam a religião e a ideologia para racionalizar uma tendência suicida.

O psicólogo israelense Ariel Merari chegou a uma conclusão parecida depois de fazer testes e entrevistas com centenas de terroristas palestinos presos em Israel. Descobriu que eles eram mais escolarizados e menos religiosos que a média da população palestina (80% deles se diziam “moderadamente religiosos”).

Para o psicólogo, os homens-bomba são em maioria jovens desajustados que querem morrer como heróis. Mais que converter os ocidentais ao Islã, o que eles desejam é realizar um grande ato que possa compensar sua falta de habilidade social.

Se isso vale para terroristas islâmicos, também deve explicar a motivação do homem branco que nesta madrugada jogou uma van contra muçulmanos no norte de Londres.

 

 

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