‘Não estou minimamente preocupada com o andar desta carruagem’, assim Karine Alexandrino abre seu novo CD, Mulher Tombada, lançado no dia 30 de outubro de 2015 e distribuído pela Tratore. Lembrando que seu último trabalho – Querem acabar comigo, Roberto – já tem quase 12 anos, não é de se estranhar que a artista tem vontade própria, e faz as coisas como, quando e onde quer.
Essa mesma mulher, que se divide entre cantora, compositora, artista visual e performer, assim como a maioria, explora os milhares de nuanças da fêmea moderna: a que gere a carreira, se produz e assessora e tomba em locais públicos, é a mesma que canta: “Quero estar contigo, falar a verdade”. Pode isso? Karine pode.
Apesar de, como a própria diz no encarte do álbum, estar ‘nua, entre meus destroços’, a artista não anda só. E, nessa fase da carreira, sela, mais uma vez, parceria definitiva e obrigatória em sua biografia: Dustan Gallas. Multi-instrumentista, não só tocou todos os instrumentos, como dividiu com ela a autoria de 13, das 14 faixas apresentadas. E ainda assinou a produção.
A exceção fica por conta de Devaneios, de Gardey Luis e Erasmo Carlos, pérola musical a se balançar entre as fronteiras do brega e cult, cafona e cool. “Me diga de verdade, o que sentes comigo, se eu sou o teu amante ou apenas amigo”. A única releitura apresentada é tão Karine Alexandrino quanto qualquer canção autoral dela.
Falando nela: a cearense, conhecida por usar seu corpo como plataforma de protesto e reflexão, segue a provocação musical nas fotografias, feitas por Nicolas Gondim. Pelada, ensanguentada, de peruca, plastificada corporalmente, a prestar homenagem a amiga Claudia Wonder, tudo desemboca em linguagem particular e de personalidade, iniciada lá pelo começo da década de 90, quando o mundo, atônito, assistia, do chão (dele não passa), o nascimento da Mulher Tombada.
SERVIÇO:
Pocket show de lançamento do disco Mulher Tombada: “Sucesso é Para os Fracos”.
Quando: Dia 23 de abril, sábado, a partir das 17h.
Onde: Casa Selvática/ R. Nunes Machado, 950 – Centro, Curitiba – PR, 80250-000.
Quanto: R$ 10.
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