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Drica, 37 anos, advogada, divorciada há oito anos mora com o filho de 10 anos. Ela nunca conseguiu engrenar um namoro sério. Seus relacionamentos não passam de alguns encontros. Há pouco tempo acreditou ter encontrado alguém que valia a pena: 45 anos, divorciado, dois filhos, bem humorado e aparentemente interessado. Nos dois encontros iniciais ela omitiu a existência do filho. Quando ele soube, simplesmente sumiu. O ex-marido casou dois anos após a separação, com uma mulher sem filhos. “Reconheço que o homem que se separa tem mais facilidade para encontrar alguém logo porque, geralmente, os filhos ficam com a mãe. Não busco um pai para o meu filho – isso ele já tem. Sou independente, não preciso de ninguém para nos sustentar. Só quero namorar. Então, por que o homem desaparece quando descobre que a mulher tem um filho? Preconceito? Crueldade?”, desabafa.

Mulheres que optam por não ter filhos são alvo de pressão social por parte de amigos, parentes, colegas de trabalho e até de estranhos. Em contrapartida são os alvos preferidos de homens solteiros e divorciados com ou sem filhos que não pretendem aumentar a prole, não querem assumir filho(s) de outro homem ou daqueles que abrem mão da paternidade. Outros temem assumi-los por questões financeiras, comodidade ou por machismo.

Muitos homens não assumem abertamente que na hora da escolha preferem as solteiras, depois as separadas/divorciadas sem filho e, por último, as descasadas com filho – dependendo da idade deste filho. Percebo que existe uma escala hierárquica: crianças pequenas e pré-adolescentes ou adolescentes, a situação é crítica. A preferência é por sem filho ou já adulto e independente.

Este é um problema que atinge um número grande de mulheres. Segundo algumas pesquisas mais de 80% das mulheres divorciadas/separadas têm filhos e, a grande maioria delas são chefes de família. A boa notícia é que, mesmo não sendo fácil assumir uma família semipronta, cresce o número de homens solteiros que estão se relacionando com mulheres com filho. Também são muitos os casais que juntam as famílias semiprontas e, com ou sem dificuldades, a receita fica completa – os meus – os seus e, muitas vezes, os nossos. Prevalece o amor.

Caro leitor, as palavras da Drica refletem a realidade dos dias atuais?

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