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O FMI deu um ultimato ao Brasil, dizendo que é fundamental conter a dívida pública. Ele está absolutamente certo. Afinal de contas, por que é tão importante limitar o crescimento da dívida? Aqui ela já atinge 80% do PIB brasileiro, enquanto na média dos países emergentes ela é de 50%. Qual o problema disso? Vários. Primeiro. Quanto maior a dívida de um país, maior a parte dos recursos públicos que irá para pagar os juros. Se a gente gasta mais com juros, sobra menos dinheiro para segurança, educação, saúde, saneamento, infraestrutura. Segundo: quanto maior a dívida, mais o país precisa atrair gente disposta a financiar essa dívida. Mas ninguém faz isso porque é bonzinho, e sim na expectativa de ganhar dinheiro. E dívidas grandes implicam em taxas de juros grandes. Crédito mais caro significa menos investimentos sendo feitos pelas empresas. Resultado: menos fábricas, menos empregos. Mas o processo ainda é pior. Quando essa dívida atinge níveis maiores, só há duas possibilidades para que os juros continuem sendo pagos. A primeira é aumentar impostos. Isso também espanta investimentos, e prejudica os consumidores. A segunda é cortar gastos. O caso mais grave é quando a dívida fica tão grande que o pessoal se convence de que em algum momento ela não será paga. E o medo desse calote faz com que sumam os investidores dispostos a financiar o país, impedindo a continuidade da rolagem da dívida.

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