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Com todo o respeito…
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Observador mais ou menos atento dos Jogos Olímpicos (ou London 2012, como prefere Beronha, pois “fica e soa mais chique”), o professor Afronsius confessou ter saído a nocaute da transmissão de uma luta. Greco-romana.
– Coisa terrível, uma maçaroca humana, certamente só interessante para quem aprecia rocambole malfeito.
– Não pulou de canal? – quis saber Natureza Morta.
– Não deu. Estava na sala de espera do dentista…

Desenvolver o corpo e a mente

O solitário da Vila Piroquinha concordou com o vizinho de cerca (viva). Também não é adepto desse tipo de combate. Mas, como diz, a luta greco-romana faz por merecer sua janela. Basta ver a sua história. Isso posto, acionou a seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, para convencer Beronha que se trata de um esporte, não “um amassa, aperta e amassa entre dois marmanjos parrudos”.
No início, a luta livre era vista como a maneira de desenvolver o corpo e a mente. Fazia parte do pentatlo, nos festivais gregos.
O que temos agora é a versão moderna, mais esporte do que arte marcial. Consta que, burilada pelos franceses, chegou a ser muito praticada pelos soldados de Napoleão.
Apenas com o uso dos membros superiores, o objetivo é imobilizar os dois ombros do adversário – até que ele entregue os pontos. Não se assemelha a nenhuma outra luta.
Como as regras preservam o que está abaixo da linha de cintura, restam os ataques de impulsão e deslocamento para colocar o adversário no chão. É vetado recorrer ao uso das pernas para impedir a queda.

Sob ameaça dos octógonos

Embora faça parte dos Jogos Olímpicos desde 1896, a luta greco-romana corre risco de ser eliminada da competição, já que sofreu e sofre muitas modificações em sua estrutura. Além disso, muitos lutadores vêm trocando as competições olímpicas pelos octógonos. Dão mais grana. Quem não se adapta, não sobrevive. Basta ver que, até aquele ano, havia provas de cabo de força e corrida de saco.
Pelo que se conseguiu recuperar da história, foi um soldado francês chamado Exbroyat quem aboliu murros, bofetadas e outros golpes similares, permitindo, apenas, agarrar o adversário com o propósito de colocá-lo estirado no tapete. Uma vez no tapete, os combatentes têm de encontrar um jeito de virar os ombros do concorrente para o tapete sem usar as pernas – ao contrário do que ocorre na luta livre.

Na banda vermelha do círculo

Os europeus do Norte e do Leste, ao lado dos japoneses, são os que mais dominam a luta greco-romana, assim designada, também se supõe, pelo lutador italiano Basilio Bartoletti, “numa perspectiva de exaltar as suas origens históricas”.
Os combates dividem-se em três períodos de dois minutos, triunfando o lutador que ganhar dois. Internacionalmente, a luta greco-romana é disputada em quatro categorias, segundo a idade (14/15 anos, 16/17, 18 a 20 e mais de 20) e o peso (a partir dos 29 quilos). A área de combate é um círculo com nove metros de diâmetro, circundado por uma borda de segurança com um metro e meio de largura.
Dentro do círculo, uma banda vermelha com um metro, encostada ao lado de fora, é conhecida como a zona passiva. Entre a zona passiva e o círculo central (com um metro de diâmetro) está a área central de luta (sete metros de diâmetro).
– Ufa! Que dureza essa luta. Estou exausto. É cansativo até na explicação – comentou o professor Afronsius, enquanto Beronha, nosso anti-herói de plantão, se declarava em nocaute. “É uma briga muito cerebral. Pior do que jogar o jogo do sério”.
Manifestando todo o respeito aos praticantes e à origem da luta greco-romana, Natureza acompanhou o voto da dupla.
– Sou mais a esgrima… Com florete. Ou tiro ao prato com mosquete. Ou bacamarte.

ENQUANTO ISSO…


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