Atendendo solicitação do Beronha, que quis saber qual a ligação dos cubeiros com o cubismo, professor Afronsius tratou de explicar: foi um movimento na pintura e, em menor escala, na escultura, desenvolvido por volta de 1907. Pablo Picasso e Georges Braque à frente. Eles, rompendo com a descrição realista da natureza, propunham “revelar a estrutura permanente dos objetos, em vez da sua aparência em determinado momento ou lugar”. Os temas eram apresentados sob uma multiplicidade de ângulos, em lugar de mostrá-los a partir de um único ponto de vista fixo. Assim, vários aspectos diferentes do mesmo objeto poderiam ser observados simultaneamente.
– Deu para entender?
– Não muito. É mais complicado do que o tal do enxadrismo…
A arte em movimento
Das artes plásticas o cubismo chegou à literatura e à poesia. O que era reproduzido de maneira fiel à natureza, desde o Renascimento, deu lugar à decomposição e geometrização das formas naturais.
O marco inicial do cubismo é considerado o quadro Les demoiselles d’Avignon, de Picasso, obra de 1907. Nela é possível visualizar referências a máscaras africanas, fonte de inspiração inicial do cubismo, assim como contatos com as obras de Paul Cézanne.
O algoz e as vítimas
Ainda de Picasso, não dá para deixar de lado um episódio: na Exposição Internacional e Paris, em 1937, o artista apresentou Guernica no pavilhão da República Espanhola. Medindo 350 por 782 cm, a obra remete ao bombardeio da cidade de Guernica por aviões alemães, com o apoio do ditador Francisco Franco. Era a Guerra Civil Espanhola, ou Guerra de Espanha.
Três anos depois, com Paris ocupada pelas tropas nazistas, um oficial alemão, ao ver o painel, quis saber de Picasso quem tinha feito aquilo:
– Foi você?
– Não, foram vocês.
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