Depois de rever “O Terceiro Tiro” (The Trouble with Harry), de Alfred Hitchcock, 1955, “para aliviar a tensão provocada pelos Jogos Olímpicos na final do vôlei masculino”, o professor Afronsius comentou o filme com Natureza Morta.
Tudo se passa em uma pequena cidade de New England. Na floresta, o corpo de um homem. Começa o hilário tormento de alguns moradores: todos que topam com o cadáver tratam de escondê-lo, sem levantar suspeitas ou deixar pistas. Um trabalho diferente dos demais, segundo a crítica, o que levou o cineasta a justificar:
– É apenas um filme, e, afinal, nós todos estamos sendo extremamente bem-pagos.
Já no Brasil
Aproveitando o gancho do tiro, e das frases bem colocadas, o solitário da Vila Piroquinha sacou, ou melhor, citou um livro importante sobre a história recente do país.
“1961 – O Golpe Derrotado – Luzes e sombras do Movimento da Legalidade”, de Flávio Tavares, L&PM Editores, segunda edição, maio de 2012.
Numas das proclamações de Leonel Brizola, na trepidante Rede da Legalidade, defende com toda a determinação a posse de João Goulart diante da renúncia de Jânio Quadros. Solta a voz em seu estilo inconfundível:
– Em defesa da Constituição, resistiremos até a última gota de sangue. É melhor perder a vida do que a razão de viver. (…) Posso vos garantir, no entanto, e garantir a todo o Brasil, que não daremos o primeiro tiro. Mas, creiam, o segundo tiro será nosso.
Ficou a lição: evita-se o primeiro tiro. Mas nunca se abre mão do segundo.
ENQUANTO ISSO…
-
Censura clandestina praticada pelo TSE, se confirmada, é motivo para impeachment
-
“Ações censórias e abusivas da Suprema Corte devem chegar ao conhecimento da sociedade”, defendem especialistas
-
“Para Lula, indígena só serve se estiver segregado e isolado”, dispara deputada Silvia Waiãpi
-
Comandante do Exército pede fé nos princípios democráticos e na solidariedade do povo
Deixe sua opinião