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Guaratuba, a ilha
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O assunto ganha destaque com a chegada do verão. Mas, às vésperas de um feriadão, também dá o que falar. A ponte de Guaratuba. Sobre a viabilidade técnica, ambiental e financeira da obra, a Revista do CREA-PR, edição de janeiro/fevereiro, aborda a questão. Sob todos os ângulos e, por supuesto, com a devida profundidade. Sem intenção de trocadilho.

Diante de tantos coisas e comentários improcedentes, vale a pena ler o material publicado pela revista, edição 81, com coordenação e texto de apresentação de Ana Maria Ferrarini. Está no site da entidade.

Construir ou não construir? A questão se arrasta há 30 anos. Por ora, só há uma certeza: Guaratuba continua uma ilha.

Importante para todo o litoral

A revista “participa da discussão sobre as opções e viabilidade da ponte e a construção da BR-101, obras que, apesar de serem distintas, estão umbilicalmente ligadas. Questões relacionadas à logística de transporte são searas da Engenharia e a expertise do CREA-PR dá condições a seu Conselho de se tornar um fórum de debates dos problemas de infra-estrutura do Estado, visando a minimizar os gargalos que tantos prejuízos trazem à economia estadual. A construção da ponte de Guaratuba foi apontada como prioritária no Plano Estadual de Logística e Transporte para o Estado do Paraná (PELT) 2020, cuja elaboração contou com o apoio do Conselho. No PELT foram indicadas as soluções para a logística de transporte, servindo como ferramenta para o planejamento estratégico do Estado”.

Ponte com 3 “pilares” 

A ponte de Guaratuba é a solução? Com este título, a Gazeta do Povo publicou dia 10 de janeiro artigo do presidente do CREA-PR, engenheiro civil Joel Krüger. Alguns trechos:

– A viabilidade da construção da ponte precisa ser analisada em três pilares fundamentais: técnico, ambiental e financeiro. Do ponto de vista técnico, não há dúvidas da viabilidade da construção da obra. Afinal, nossa engenharia já construiu obras significativas, como a Ponte Rio-Niterói ou a Ponte Estaiada em São Paulo.

– Em relação às questões ambientais envolvidas, a solução dos problemas requer uma ampla discussão.

À espera de BR-101

– A grande equação é a engenharia financeira necessária para a construção da ponte. Sabemos que o governo do estado não dispõe dos recursos necessários para um investimento desse porte. Além disso, devemos considerar que a obra não pode ser entendida somente como a construção de uma ponte no local onde hoje operam as balsas, mas sim a formação de um corredor viário para a construção da BR-101 no Paraná, no trecho que vai de Garuva à Variante do Alpino (BR-116). Essa intervenção inclusive foi descrita no Plano Estadual de Logística e Transporte do Paraná (PELT), publicação lançada pelo CREA-PR em 2010 que identificou os principais gargalos que impedem a aceleração do desenvolvimento paranaense.

Longe da praça central

– A localização da ponte deverá ser precedida de um estudo de novas linhas viárias nas áreas urbanas em Matinhos e Guaratuba que sejam capazes de canalizar o tráfego de veículos sem provocar conflitos com o tráfego local urbano ou provocar degradações no tecido urbano. Ou seja, não podemos construir uma ponte desembocando na praça central de Guaratuba, na forma que hoje são efetuados os acessos às balsas.

– A construção da BR-101/PR, cujos traçados referenciais estão em fase final dos estudos técnicos, propiciará que o tráfego pesado do sentido SC-SP desvie a íngreme subida da Serra do Mar via BR-376, como também irá desafogar a travessia de Curitiba pelo Contorno Leste. Seguindo a nova rodovia, o tráfego contornará a Baía de Guaratuba, eliminando a necessidade da ponte para este fluxo, o que alteraria a característica da ponte, que passaria a ser turística e sazonal, o que poderia tornar o investimento economicamente inviável.

– Enfim, é importante que os setores envolvidos considerem as variantes e que apenas a construção da ponte não resolverá os problemas logísticos do Litoral do Paraná.

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Vale a pena ler a revista. Para discutir a questão com argumentos e ponderação. E não com o recorrente “eu acho”, “sei de ouvir dizer”. Ou o nosso conhecido chutômetro.

ENQUANTO ISSO…

20 abril (1)

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