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Injeção de ansiedade
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De volta à cerca viva, entre a mansão da Vila Piroquinha e o apê do professor Afronsius, mas sem a presença de Beronha, que foi ao Bar VIP, aquele que ele diz freqüentar “ocasionalmente todos os dias”, a conversa sobre a geração dos desconectados prosseguiu. Graças ao comentário de Tão Gomes, na revista CartaCapital. O autor do livro “Os Imperfeccionistas”, que está sendo lançado, é Tom Rachman, ex-editor do International Herald Tribune, que parte de uma constatação que parece corretíssima a Tão Gomes.
“Depois de cada grande mudança social vem o contra-fluxo. Ao analisar a internet ele constata que as pessoas, entusiasmadas com a novidade, iriam engolir tudo o que encontrassem pela frente. Até que o estômago comece a se embrulhar”.
“Num futuro próximo, o surgimento de uma nova geração – que poderá ser Y ou Z, mas que vai se caracterizar pelo desmanche desse mito, hoje um adorado”.
Os primeiros sinais, segundo Rachman, estão à vista. “Já existe um grupo grande de pessoas, pessoas que ele define como os românticos, que se recusou a entrar na era provocada pelas chamadas novas tecnologias”.

Banalização da vida

Esses “românticos”, ainda na definição Rachman, “certamente já perceberam que a internet, apoiada em pilares como os facebooks, twitteres etc…, acaba banalizando a vida dos indivíduos, e aí entram seus sonhos misturado com sentimentos, ansiedades, angústias existenciais etc… Essa percepção fará com que o número de off-liners cresça dia-a-dia.
Essas pessoas, os “saudosistas de um mundo desconcertado”, acabam percebendo a degradação do próprio conhecimento via internet.

O que lemos e onde lemos?

Para finalizar (finalizar?), Tão escreve: “nadando num mar de informações cada vez mais turbulento e contraditório vão perdendo a capacidade de concentração e aumentando a facilidade com que a memória deixa de guardar o que lemos ou onde lemos”.
– A enciclopédia da internet e todas as suas possibilidades funcionam como uma injeção de ansiedade e trazem forte sentimento de solidão. O livro de Rachman é crítico (mas não o bastante, eu seria mais…) ao tratar das redes sociais. Segundo ele, a compulsão do ser humano é entrar em contato com as pessoas. Mas isso, feito via internet, acaba gerando, com o tempo, um profundo isolamento. A culpa no caso, não é da tecnologia, mas sim da maneira e com que objetivo o brasileiro usa a internet.
– Vale a pena ler o texto na íntegra. E pensar a respeito – encerrou o professor Afronsius, com a concordância de Natureza. E a anuência – ou melhor, ausência – de Beronha.

ENQUANTO ISSO…


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