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Mais do que uma doença
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Coincidência. Depois de reler trechos (sublinhados a lápis) de Casa Grande&Senzala, Gilberto Freyre, Livraria José Olympio Editora, 1964, professor Afronsius ficou sabendo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) certificou Cuba como o primeiro país (do mundo) a eliminar a transmissão entre mãe e filho de sífilis e HIV.

Quase um milhão de grávidas em todo o mundo se infectam com sífilis anualmente. E, sobre a doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum, está lá, no estudo de Freyre sobre a formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal, página 440:

– É absurdo responsabilizar-se o negro pelo que não foi obra sua nem do índio, mas do sistema social e econômico em que funcionaram passiva e mecanicamente. Não há escravidão sem depravação sexual.

Já fomos “A terra da sífilis por excelência”

Mais, de Freyre:

– O negro se sifilizou no Brasil. Um ou outro viria (da África) já contaminado. A contaminação em massa verificou-se nas senzalas coloniais.

E conta que Joaquim Nabuco colheu um manifesto escravocrata de fazendeiros com as seguintes palavras, “tão ricas de significação: a parte mais produtiva da propriedade escrava é o ventre gerador”.

De Freyre – ainda: “A sífilis fez sempre o que quis no Brasil patriarcal. Em princípios do século XVIII já o Brasil é assinalado em livros estrangeiros como a terra da sífilis por excelência”.

Já as cobaias no Alabama…

Pulando do livro do mestre de Apipucos para outro registro histórico, classificado de “um dos episódios mais vergonhosos do século XX: de 1932 a 1972, em Tuskegee, cidade do Alabama, foi realizado um estudo sobre a sífilis. Num atentado contra a ética e a moral, um grupo de negros americanos permaneceu sem tratamento para que o curso da doença pudesse ser avaliado, mesmo com a existência de medicamentos efetivos.

O polêmico estudo rendeu diversos artigos que foram publicados em renomadas revistas científicas. As questões sobre a ética do estudo foram denunciadas pela repórter Jean Heller do New York Times em 26 de julho de 1972 e em novembro de 1974 foi publicado o relatório final do estudo”.

Nada a acrescentar.

ENQUANTO ISSO…

 

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