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Na falta de ruminantes…
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Aproveitando esses dias mais do que chuvosos em Curitiba, professor Afronsius tentou reordenar a sua biblioteca. E, coincidência ou não, topou com a edição de janeiro do ano passado da Revista de História da Biblioteca Nacional. Como os demais números, cheia de trechos sublinhados e anotações à margem.

– Certas informações a gente não pode deixar escapulir…

E lá estava a nota Animal político, na seção Almanaque, já sob a batuta de Rodrigo Elias.

Fez questão de reler e, depois, repassar para Natureza Morta e Beronha.

– No Brasil, obra pública é, em geral, sinônimo de dividendos políticos. Não importa a obra, ou se o regime é ou não democrático. Manoel Ribas, que governou o Paraná entre 1935 e 1937, sabia muito bem disso e não mediu esforços para festejar certa realização perante seus governados. Diante da falta de ruminantes durante a inauguração de um bebedouro de animais, encheu um copo com água, bebeu e declarou: “Está inaugurado o bebedouro de animais.”

O registro foi retirado do livro Do bestial ao genial, de Paulo e André Buchsbaum.

Mereceu uma correção, feita a caneta pelo professor Afronsius:

– É que saiu Manuel Ribas, quando o de registro é Manoel.

Sobre o interventor

Sobre Manoel Ribas, acrescentou que ele nasceu em Ponta Grossa, no dia 8 de março de 1873. Filho do comendador Augusto Lustoza de Andrade Ribas e Pureza Maria da Conceição Branco Carvalho. Foi prefeito de Santa Maria, Rio Grande do Sul, e, em 1932, escolhido por Getúlio Vargas para ser interventor no Paraná. Governador nomeado, bateu um recorde: exerceu o cargo por mais tempo no Estado, 13 anos. Ganhou fama de restaurador das finanças do Paraná e construiu estradas ligando quase todo o Estado, além de escolas e colégios em Curitiba, no Litoral e na Região dos Campos Gerais. Deixou o poder em 1945, quando Getúlio foi deposto. Morreu no ano seguinte, em Curitiba.

ENQUANTO ISSO…

21 outubro(1)

 

 

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