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Nem calçada é segura
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Ao efetuar o pagamento de uma taxa do Detran, um detalhe chamou a atenção do professor Afronsius. Uma mensagem no pé da GRLAV. Natureza demonstrou interesse, mas, pedestre empedernido, quis saber o que vem a ser GRLAV.
– O nome de algum atleta da Bielorússia nas Olimpíadas? – brincou.
– Talvez, mas seria pura coincidência. É Guia de Recolhimento de Licenciamento Anual de Veículo.
– E a tal mensagem?
– Paz no trânsito. Não importa em quantas rodas.

Do circo aos percalços

De posse da informação, o solitário da Vila Piroquinha concordou com o apelo. Já Beronha, nosso anti-herói de plantão, achou algo exagerado: “Se não importa em quantas rodas, também vale para bicicleta de uma roda? Aquela que artista usa no circo?”.
Depois de dizer que o nome é monociclo, Natureza, sem deixar de apoiar toda e qualquer campanha em favor da paz no trânsito, aproveitou para falar de gente como ele, que só anda a pé.

Abaixo da nota mínima

Segundo a ONG Mobilize Brasil, os brasileiros dão nota 3,55 às calçadas de suas cidades. É a média nacional obtida na Campanha Calçadas do Brasil, que teve participação de voluntários de 39 cidades do país. Levantamento inédito, mostra que estamos muito abaixo da nota mínima para uma calçada de qualidade aceitável, ou seja, 8. Apenas 6,57% dos locais avaliados obtiveram nota acima desse indicador.

Viagens cotidianas no pé 2

Segundo Marcos de Sousa, coordenador da campanha, “calçadas com boa qualidade são um equipamento fundamental para a mobilidade urbana sustentável. Ainda mais no Brasil, onde, segundo o IBGE (2010), cerca de 30% das viagens cotidianas são realizadas a pé”.
As calçadas “devem ser suficientemente largas e, sempre que possível, protegidas por arborização para conforto de quem anda sob o sol. E bem iluminadas, para quem caminha à noite. E ainda, devem ser complementadas por faixas de segurança, equipamento básico para a travessia segura das ruas. Além disso, semáforos especiais, placas de sinalização e outros equipamentos de segurança podem ser necessários nas vias de maior movimento”.

Nível de civilização

Ressalta o coordenador que alguns pensadores afirmam que se pode medir o nível de civilização de um povo pela qualidade das calçadas de suas cidades. “E há quem diga que a qualidade das calçadas públicas é melhor indicador de desenvolvimento humano do que o próprio IDH. Afinal, as cidades são feitas para pessoas, seres humanos que primordialmente caminham”.
Natureza concordou plenamente:
– Como as condições de higiene de um banheiro público demonstram o grau de educação de um povo, no caso das calçadas aferimos o grau de competência do poder público.
E a retirada de caçambas, entulhos e outros obstáculos para o pedestre já seria uma contribuição.
Beronha aprovou.
– A vizinhança aqui na Vila Piroquinha vive fofocando que, toda a noite, eu chego em casa tropeçando, pé redondo depois de bater o ponto no Bar VIP. Pura maldade. A culpa não é da(s) cerveja(s), é da calçada… A começar pelo meio-fio, que um dia é muito alto e no outro muito baixo.
Como diria Millôr, pano rápido.

ENQUANTO ISSO…


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