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O inventor do terno
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Quando surgiu por nossas bandas, o tal de futebol-empresa soou como brado retumbante da independência. E parecia mais do que a salvação da lavoura. Seria o caminho para o nosso futebol também conquistar espaços e marcar presença além-fronteira de modo permanente – e não apenas ciclicamente nas Copas do Mundo e algumas outras competições internacionais. O tempo passou, e o que temos?
Em sua coluna na revista CartaCapital, o craque Afonsinho, igualmente craque no texto, aborda na edição desta semana o que chama de equívoco de concepção. No caso, da concepção “de um tipo de clube-empresa”. A cada início de temporada no Brasil, escreve, “o calendário procura enganar profissionais e torcedores, encaixando joguinhos sem sal ou açúcar para arrancar mais um trocadinho do contribuinte”.
Mas coisas vão mudando, “mesmo que lentamente”, e desenha-se o contrário da “comédia dos treinadores de terno à beira do campo”.

Você sabia?

O comentário de Afonsinho, sobre os tais treinadores de terno, levou o professor Afronsius e Natureza Morta a uma breve viagem no tempo, por obra e graças de “O Feiticeiro do Futebol – A trajetória de Hélio Alves”, livro do jornalista Carneiro Neto, edição de 2007, Coração do Brasil Editora – Curitiba.
Fica-se sabendo que Hélio Alves, o Feiticeiro, foi o primeiro técnico a dirigir uma equipe “trajando costume completo”.
Ou seja, “foi o lançador da moda de comandar o time em campo vestindo terno, gravata e, não raras vezes, colete”. Conta ainda o amigo Carneiro Neto que, mais tarde, “muitos adotaram o modelito, com destaque, nos dias de hoje, a Vanderlei Luxemburgo”.

Antes de Seleto x Primavera

Aproveitando – e como resistir? -, Natureza, na parte “O folclore da bola”, pinçou uma das histórias com Hélio Alves. Está lá, na página 89, com o título “Trabalhinho”:
– Em 1967, antes do jogo Seleto e Primavera, em Paranaguá, houve uma reunião no salão do clube, onde a mãe do jogador Ibanez foi fazer um descarrego.
Adilson Catarina, que nunca tinha visto uma sessão espírita, estava curioso e atento, quando o espírito pediu um charuto e um marafo (pinga). Adilson mais do que depressa gritou:
– Eu também quero…!
É claro que o professor Afronsius, Natureza e Beronha deram boas risadas, sem deixar de sentir uma fisgada (de saudade) no peito. Dos tempos do Feiticeiro e do próprio futebol paranaense disputado com outro empenho e disposição.

ENQUANTO ISSO…


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