– Não esqueça o guarda-chuva!
– É bom levar o pulôver, vai esfriar no fim da tarde…
Estes são os conselhos mais ouvidos em Curitiba. Não de hoje. Sábios conselhos. Quanto ao guarda-chuva, a Sua Majestade o Guarda-Chuva, ninguém sabe exatamente como ele surgiu. Há registros de mais de 3 mil anos mostrando sua presença na Mesopotâmia. No caso, para proteger a nobreza dos raios solares. A patuleia, que perdeu até o direito ao acento no E, por conta da reforma ortográfica, ficava ao léu.
Uma coisa é certa: o que seria da gente, principalmente em Curitiba, sem o guarda-chuva? Aliás, como repete Natureza Morta, Sua Majestade o Guarda-Chuva. O problema, no entanto, é que o dito cujo se tornou descartável, ou seja, frágil. Pode deixar você na mão no meio do caminho. Basta enfrentar um ventinho mais forte pela proa.
Altamente descartável
Professor Afronsius, a propósito do descartável, recorda que não muito antigamente era comum o cabôco levar guarda-chuva para consertar. Ou esperar que batesse palmas no portão o (também) imprescindível amolador de facas, foices e outros objetos cortantes de uso pelas famílias, incluindo o guarda-chuva. Ele durava anos e anos. Hoje, nem pensar. Rapidamente, descarta-se o dito cujo e compra outro em qualquer lojinha. Ou esquina, dependendo das condições meteorológicas do momento.
– Basta ver o que tem de guarda-chuva largado, ou melhor, descartado nas lixeiras de rua.
Primeiro, o guarda-sol
Ainda da Mesopotâmia: 3400 anos atrás, lá, região do atual Iraque, os guarda-sóis, como os abanos, eram feitos de folhas de palmeiras, plumas e papiro. No Egito, adquiriram significado religioso e, na Grécia e em Roma, eram tidos como artigo exclusivamente feminino.
Apenas no século XVIII, graças à obstinação do comerciante inglês Jonas Hanway (pelo jeito era de Curitiba ou passou por aqui, segundo Beronha), o guarda-chuva virou um sucesso. Apaixonado por guarda-chuvas, versão inglesa do guarda-sol tropical, o tal Jonas conseguiu torná-los dignos também de um gentleman. Embora ridicularizado em vida, após a sua morte, em 1786, os ingleses aceitaram sair às ruas munidos do providencial acessório.
O tempo passou e, hoje, tudo descartável, há novidades e mais novidades. O guarda-chuva Nubrella, por exemplo, “tem desenho inovador e dispensa o uso das mãos”. Vai acoplado à cabeça. Já o tal de Senz aposta na aerodinâmica, que segura ventos de até 112 km/h, segundo o fabricante.
Encerrando: como há previsão chuva em Curitiba hoje, amanhã, terça e quarta, siga o conselho: não esqueça em casa Sua Majestade o Guarda-Chuva.
Não há marquises suficientes para protegê-lo.
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