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Entrevista com Fabio Lins
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Dia desses conheci um humorista stand up chamado Fábio Lins. Para quem já foi nas noites de humor do Era Só O Que Faltava, ele é aquele cara da piada das Parolin píadas em Curitiba. Então, agora ele está com um show inteiro só dele, o Atira Sarro, no Teatro regina Vogue, às quintas-feiras, sempre as 21h00. Onde é o Regina Vogue? No shopping Estação. Fabio Lins, ao menos para mim, é o melhor da nova geração de comediantes stand up que vi por aí. Gostei tanto do show que pensei “esse cara tem um puta texto, preciso entrevistá-lo”. O resultado, vocês podem ler logo abaixo:

A foto abaixo foi gentilmente roubada deste site aqui! Espero que eles não se importem. Se der problema, eu deleto ok?


Você começou no stand up por influência de Seinfeld, como boa parte dos comediantes brasileiros ou o stand up veio como uma espécie de extensão do que você fazia no teatro?

Eu comecei por influência do Fábio Silvestre e do Diogo Portugal. Na verdade comecei apresentando o HUGO, que é uma esquete cômica (diferente de um stand up) , porém o HUGO foi me dando cancha pra começar o stand up. E eu nunca, e repito nunca tinha visto Seinfeld, ou qualquer outro stand up gringo. Só assisti ao Diogo, ao Hélio Barbosa e a quem fazia lá no Cabaret. Mas eu estava em outra onda, fazia parte de um grupo de teatro que tinha um trabalho bem diferente, porém que me ajudou muito para me soltar no stand up.

Quais são seus comediantes prediletos? Tem algum ídolo ou alguém em quem você se inspira para escrever seus textos ou na maneira de falar para o público ou coisa assim?

Robin Willians é o cara! Cris Rock é o cara! George Carlin era o cara!
Aqui no Brasil o melhor stand up comedian para mim é o Léo Lins.
Não me inspiro em ninguém não. O que rola é “influência” no meu caso. Basta assistir alguém no youtube ou ao vivo mesmo que já me sinto influenciado pelo ritmo cômico deles e assim vou entrando meu ritmo, é bem bacana quando isso acontece. As melhores piadas são as improvisadas durante um show. Essas são as mais sinceras para cada comediante.

A TV tem explorado bastante o humor dos stand ups em sua programação. Acha que isso ajuda a difundir o estilo ou há o risco de uma saturação do gênero?

Ajuda muito. Hoje me dia você tem a palavra “stand up” correndo na boca de FAUSTÃO, SILVIO SANTOS e até HEBE CAMARGO (nada contra a senhora Hebe) e isso é ótimo, quanto mais melhor. Não acredito em saturação para o stand up, falta muito ainda pra saturar. Ainda tem muuuuita gente que não sabe o que é, e nunca viu. Penso que o stand up é como MC DONALDS, humor fast-food que nunca mais vai embora, com o tempo as pessoas vão preferindo um sanduíche ou outro, porém o Mc Donalds tá sempre lá.

Tem muita diferença entre a platéia curitibana e as de outras cidades, especialmente as de fora do Paraná?

Tem sim. Em São Paulo por exemplo percebo uma platéia mais calma, lá você pode jogar o texto mais divagar, esperar eles rirem, a um tempo… Aqui é mais rápido e não tem nada de frio não, tem muito curitibano que se solta bem nos shows. No Rio é bem animado. Em Roraima…não tenho menor idéia. Mas na verdade verdadeira…. nenhuma platéia é igual a outra nunca, mesmo na mesma cidade.

É mais fácil se apresentar para um público de bar, já meio bêbado e amaciado por outros comediantes, ou para a platéia que vai vê-lo no teatro?


Bar é mais difícil. No bar você tem muitas distrações, fazer o pedido, olhar uma garota, beber, comer, falar com amigo, ir no banheiro e etc.. No teatro o povo vai, senta e dá risada. É isso, o único foco é dar risada. Então você tem mais volume de risadas por causa da maior concentração no teatro. Todo humorista que vai bem em um bar, irá muito bem em um teatro.

Já aconteceu alguma coisa muito constrangedora com você no palco ou envolvendo a platéia? Lembro de um grupo de comediantes que se apresentou no fechamento de um encontro entre funcionários de uma empresa e eles passaram por uma situação muito difícil. A platéia não gostou de algumas piadas mais pesadas e começou a levantar e sair. Era visível no rosto dos atores que eles estavam constrangidos. Já passou por isso?

Já sim. Teve uma vez que tinha acabado de começar o show e um senhor bêbado levantou e gritou pra mim “você é uma bichona!” Eu fiquei sem ação. Teve vez que já mandei os falantes da platéia calar a boca. Eu piro mesmo quando você faz show em algum evento empresarial e tu não tem idéia do que te espera. Já fiz evento para madames em um um hotel bem chique, e foi sinistro o show, elas faziam uma cara de cu….

Qual a parte mais divertida da coisa, se apresentar no palco ou escrever as piadas?

Escrever as piadas no palco. Quando surge ago espontâneo no meio do show, é muito legal, fico muito contente.

Além do Atira Sarro, em que outro projeto você está envolvido?

Tem o SANTA COMÉDIA, toda segunda no bar Santa Marta em Curitiba e todo domingo no Bleecker st. em São Paulo. Tem o SANTO IMPROVISO, todo sábado ás 23 horas no Regina Vogue, um show bem divertido de jogos de improvisação e tem duas vontades que estão me coçando; uma de escrever mais coisas pra TV e outra de fazer uma peça para teatro.


E tem uma revista online de humor, certo?

Certo. Quando eu lembro de pagar o servidor da revista ela tá la “online” bonitinha. É um projeto junto com o Roberto Jones e sempre com ajuda de alguns humoristas. Essa revista surgiu da vontade de explorar a comédia em outras vertentes, lá me arrisco fazendo charges, escrevendo micro-textos cômicos e fazendo entrevistas. Adoro a CATAPLOFT, estou trabalhando na segunda e conto com seu apoio inclusive. Quer ver se um dia imprimo ela e começo a vender por aí, mas pra isso preciso de parceiros.

O Paraná tem dois grandes humoristas de destaque nacional, que são o Diogo Portugal e o Fábio Silvestre. Pode-se dizer que eles são precursores dessa retomada de humor stand up no País, não?

Eu não conheço a história do stand up antes deles… Mas acredito que sim. O Diogo faz isso há muito tempo e é um grande multiplicador do gênero. O Fábio Silvestre faz show de “personagens”, é um “stand up disfarçado” e é um cara muito bacana, é comediante nato. Lembro do Diogo fazendo stand no Revista RPC e isso foi muito bom, porque no Paraná inteiro as pessoas foram se acostumando a ver stand up.

Você falou em projeto em teatro em tv? Fale mais a respeito, algo tipo um sitcom ou um programa de humor?

Sim sim. Estou escrevendo um Sitcom e vamos ver se consigo emplacar em alguma emissora, tenho uma parceria com o diretor Diego Lopes. Acredito que está bem divertido o roteiro. É como escrever um stand up com mais possibilidades, gosto bastante deste exercício. E para o teatro tenho vontade de fazer mais duas coisas além do Santo Improviso. Um espetáculo mais ou menos dramático que abordasse questões pessoais e um espetáculo totalmente improvisado, não com jogos de improvisação, uma peça com começo meio e fim totalmente improvisada..porém são só desejos por enquanto. Essas duas propostas são bem difíceis e vai ter que rolar muito empenho para ficar bom.

Quem quiser saber mais sobre o cara, vai no site dele clicando aqui!

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