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O Fim do Mundo está Atrasado
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Já são quase 5h30 da tarde e o mundo não acabou, o que me deixa muito desapontado porque essa era justamente a desculpa que eu iria usar para não ir no dentista amanhã. Bem, de qualquer maneira, tenho certeza de que o dentista iria cobrar a consulta porque não desmarquei antecipadamente.

Quando tinha uns 10 ou 12 anos lembro de uma notícia como essa no Jornal Nacional. Na verdade eu não me lembro em que ano foi, nem quem eram os videntes da época, mas eles diziam a mesma coisa que esses tais eBible Fellowship (“que o mundo acabará amanhã”) e tudo o que recordo era de um Cid Moreira irônico dando “boa noite e até amanhã… ou não”, com aquela voz de “terrir” dele.

Quando fui para a cama tive praticamente o mesmo pensamento do primeiro parágrafo: se o mundo acabar amanhã, ótimo, não vou reprovar de ano. O que me leva a crer que um meteoro gigantesco ou quatro sujeitos mal-encarados em cima de cavalos parecem ser sempre a esperança de resolução de nossos (meus) problemas mais banais.

Lembro de não ter ficado com medo, mas pensativo:

Se o mundo vai mesmo acabar amanhã, será que já não era para ter começado o apocalipse, com mudanças de temperatura, escassez de oxigênio, essas coisas? Já não devia ter lava jorrando em alguns países distantes como (sei lá por quê) Tonga e Botsuana?

Acho que foi a primeira vez que pensei na morte (a minha) e desejei ter me confessado no domingo anterior, porque previ que o fim seria horrível – aí me veio a imagem de pessoas caindo em fendas com chamas gigantescas abertas no chão – e mais horrível ainda é o que estaria me esperando DEPOIS da morte: Inferno? Quase certo, pois eu não havia me confessado e tinha sido um péssimo filho/neto/aluno/colega. Purgatório? Igualmente horrível, eu nem tinha roupa adequada para ir. Céu? Bem, aí eu teria que fazer a mesma cara que fiz quando recebi baixa no alistamento obrigatório.

Até hoje penso na morte praticamente todos os dias. Acho injusto morrer. Quer dizer, não morrer, mas não estar mais aqui. Não saber o que acontecerá daqui a 100 ou 300 anos. Se vamos ou não abandonar a Terra e ir para Marte ou qualquer outra planeta construir colônias, encontrar outras civilizações ou mesmo se o Operário de Ponta Grossa será um dia campeão brasileiro. Desaparecer é o problema.

Quem sabe um dia a humanidade consegue algo como a troca de corpo e a manutenção da consciência? Seria o máximo, não? Um corpo novo, imune a doenças e outros tipo de problemas degenerativos.

Enfim, já são 17h42 e acho que o Ragnarok deu os canos. Ainda bem. Prefiro ir no dentista amanhã do que sumir do mapa sempre, como os dinossauros. De qualquer forma, o mundo pode não acabar para nós, mas para Eduardo Cunha e Dilma Rousseff ele está bem mais perto de implodir:

CHARGEEEEEEEEESSSSS

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As charges acima foram publicadas na Gazeta do Povo e Folha de S. Paulo

Benett

P.S. – Acho que quando eBible reviu o fim do mundo estava se referindo ao julgamento das contas da Dilma, que tá rolando agora!

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