• Carregando...
Snoopy, de Charlie Schulz
Snoopy, de Charlie Schulz| Foto:
Snoopy

Snoopy, de Charlie Schulz

Ouvi mais de uma vez que estes “comunistas vândalos” na verdade estão apenas preocupados com seus próprios “umbeagles” e que, ao invadir o laboratório Royal – um aprazível espaço de cimento e grades de metal em que o abominável Dr. Anthon Phibes pernoitaria sem nenhum problema- eles estavam atrasando a ciência em mais ou menos 145 anos. Bem, o fato é que os beagles são realmente cachorrinhos muito simpáticos e não é justo eles levarem essa vidinha de cão em São Roque. Se a ciência no Brasil retroceder 140, 150 anos… bem, talvez ela torne-se contemporânea da educação e segurança que vemos por aí, não é mesmo?

Não sou contra a ciência, aliás, uma das minhas frases prediletas é “entre Deus e o ar-condicionado, eu fico com o ar-condicionado”, do Woody Allen. Mas acho que poderíamos usar outras espécies de animais ao invés de beagles para desenvolver o antibiótico nosso de cada dia.

Animais que estacionam os carros em cima das calçadas. Poderíamos usá-los para tentar descobrir a cura para a escrotidão humana. Animais fisicamente perfeitos que estacionam em vagas para deficientes poderiam ser dissecados vivos para encontrar remédios contra a arrogância egoísta que prejudica a vida em sociedade. Animais que desviam verbas públicas – temos de sobra por aqui – poderiam ser estudados até se criar uma vacina para a cleptomania que se disseminou em ocupantes pomposos de cargos públicos.

Claro que este é um texto pretensamente de humor e é melhor eu para de falar isso, porque alguém vai me dizer que a última pessoa que utilizou cobaias humanas em suas experiências morreu afogado no Brasil, depois de morar no Paraguai e na Argentina.

Então, sugiro que talvez devessemos encontrar animais mais parecidos com o ser humano para essas experiências. Sei lá, baratas. Temos um monte delas, em todos os escalões da sociedade. Só eu conheço umas quarenta. Ratos, eu vi um monte nas duas vezes em que estive na… ahn… aquele lugar para onde pessoas eleitas por escrutínio popular vão fechar negócios.

Essa história de que usamos os animais em prol do desenvolvimento é mais ou menos como aquele religioso medieval que usa o iPad, o iPhone e o Facebook para disseminar suas ideias retrógradas. É o futuro a serviço do atraso. No caso do laboratório Royal, o contrário. Se somos tão inteligentes a ponto de inventarmos o ar-condicionado, será que não conseguiríamos evitar esse tipo de crueldade?

O desfecho final que imaginei para o episódio do laboratório Royal era o de uma experiência mal sucedida com raios gama e o surgimento de um Snoopy esmeralda de 3 metros de altura, destruindo a tudo e a todos. Se encontraríamos a cura do câncer eu não sei, mas teríamos um grande filme de terror b como há tempos eu não vejo.

Benett

A partir de hoje, todos os dias, escreverei um texto de humor sobre um assunto qualquer aqui.

 

 

 

 

 

 

 

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]