• Carregando...
Destruição família
| Foto:
Fotos: Divulgação
Borderlands 2 arrasou nas críticas dos grandes veículos especializados: uma boa opção de jogo para quem quer se divertir

Imaginem, caros leitores, um crítico de cinema que só pode falar sobre filmes da Sessão da Tarde. Como num eterno Dia da Marmota (recomendadíssimo), o crítico deve analisar produções feitas para agradar a todos, daquelas estilo família, diariamente. Piadinhas engraçadinhas e, sobretudo, sem malícia em fórmulas repetidas à exaustão. Fazer análises de videogames, sem querer parecer demasiadamente dramático, chega bem perto disso. Semana após semana este colunista tem de inserir um disco no console e acompanhar aquelas mirabolantes histórias sobre uma terra devastada e infestada por monstros/zumbis/demônios. Quando o objeto a ser analisado é um jogo de tiro, o desânimo começa antes mesmo de ligar a televisão. É muito mais trabalho que diversão, podem acreditar.

Lançado para todas as plataformas (menos para o Wii, mas quem liga para isso?), Borderlands 2 arrasou nas críticas iniciais dos grandes veículos especializados. Na IGN, levou um 9 com um texto terminando em “prepare-se para se perder num mundo hilário, bizarro e maravilho”. Segundo o gamerankings.com, a média das notas acompanhou a IGN.

Já preparado, como recomendava a IGN, choveu na tela um bando de clichês. Normal. Uma introdução sobre o mundo de Pandora –com um tom irônico, ressalte-se –, apresentação dos quatros personagens principais e uma música descolada ao fundo. Após muitas gags visuais (hoje todo mundo quer ser Tarantino), tem-se no início da ação, quando o jogador é instado a apertar os botões, um tutorial bem planejado que conta com a ajuda de um robô simpático que não se acanha em soltar chistes impróprias para menores de 2 anos. Só resta uma opção: entrar no clima.

O jogador pode escolher um dos quatro personagens, que fazem parte de um grupo de “Vault Hunters”, que flanam pelo mundo caçando missões e recompensas. Cada um deles tem habilidades particulares que podem ser desenvolvidas, lembrando alguns elementos de RPGs. O protagonista acumula pontos de experiência ao abater inimigos, incluindo a coleta de itens sobre os cadáveres. Com isso, dá para melhorar a eficiência dos ataques, diminuir o tempo de recarga do armamento e aumentar a potência do escudo. O esquema lembra bastante um Fallout 3, só que com muito mais munição e ação na tela. Inclusive no gerenciamento de missões, que podem ser feitas várias paralelamente, sem prejudicar o andamento da história (irrelevante).

Um fato importante a ser frisado é que Borderlans 2 não tenta, em momento algum, se levar a sério. A Gearbox parece ter consciência de ter criado um jogo genérico, com alguns poucos diferenciais, para agradar público e crítica e arrasar nas vendas. O mais estranho é que, com o passar das fases e missões, o jogador entra num looping hipnótico, quando não faz o menor sentido tentar acompanhar o enredo e resta apenas se divertir ao testar os insanos armamentos, afinar ainda mais as qualidades de mira e desfrutar de um bons momentos com o cérebro desligado, como num filme da Sessão da Tarde.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]