• Carregando...
Os gênios não estão para brincadeira
| Foto:
Reprodução Youtube
A música que se debate

Como sinto saudades desta Curitiba polêmica, cheia de assuntos e com um cenário cultural pujante. Daqui de longe, só posso acompanhar pelas redes sociais e pelas páginas da Gazeta do Povo. Se o leitor deste moribundo blog não está acompanhando, eis um resumo do que chamo por antecipação de “a maior discussão sobre arte curitibana desta semana no Facebook”:

Um grupo de artistas publicou um videoclipe no Youtube

Um jornalista não curtiu o vídeo, numa demonstração pública de gosto não apurado, e resumiu sua opinião em quatro parágrafos no Caderno G

– Um dos autores, pelo que entendi, não curtiu a não curtida do vídeo e desancou em 8,5 mil caracteres seu ponto de vista. Em grande parte, com críticas diretas contra o jornalista. Atacou a pessoa, não se focou na ideia. Não recrimino.

Guilherme Voitch, o tal do jornalista que por desventuras da vida é amigo deste relapso blogueiro, escreveu: “A cena de Curitiba é gordinha e bem-nutrida, mas faz basicamente a mesma coisa. O clipe manifesto de ‘Não Estamos para Brincadeira’ só escancara o que essa geração realmente é: autorreferencial, culturalmente domesticada, dona de um discurso bom-moço que não incomoda ninguém, nem sua vó, nem sua sobrinha de 14 anos”.

Parece, a princípio, que ele estava de brincadeira. O resumo da ideia, já resumida no original, é que Curitiba é incapaz de ser relevante artisticamente. Tanto para a “mídia” quando para o público. Faltaria pegada. Ou, nas palavras dele, faltaria “certa dose de destruição”. Destruir para criar o novo, aquele discurso velho e blábláblá… A cena local, não adepta da destruição, preferiria a idolatria de antigos e novos ídolos. O passado prova que o discurso dele é inválido.

O músico, dramaturgo, ator e autor do videoclipe em questão, Luiz Felipe Leprevost, não gostou. “É evidente que o jornalista da Gazeta do Povo Guilherme Voitch não conhece a cena musical da cidade em que vive”, escreveu no começo de seu texto-resposta. Não notando que o argumento talvez pudesse ser usado com objetivo contrário. Um jornalista desconhecer a cena cultural da cidade em que vive pode ser interpretado de duas maneiras: o jornalista é ignorante ou a cena realmente é irrelevante. Parece-me que a intenção do músico, dramaturgo, ator e pacifista é a primeira mensagem. Também me parece que ele não está para brincadeira.

Eu? Eu não tenho nada a ver com a polêmica, mas acabei assistindo ao clipe para entender o motivo de tanta discussão. Só tenho uma coisa a dizer: é a música com o maior número de hashtags da história. Não é brincadeira.

A troca de mensagens elogiosas entre os dois protagonistas culturais curitibanos também me lembrou de um texto antigo deste blog: “Curitiba nunca exportou nenhuma grande banda para outras cercanias pelo simples fato de nunca ter tido uma grande banda”. Publicado há 4 anos. Autofagia? Tá de brinks?

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]