Para que serve a imprensa?

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A mentira contamina mais e mais rápido que qualquer vírus

A gripe A é um assunto sério. Na minha modesta opinião, a cobertura está sendo muito bem feita pelos veículos de comunicação. Uns acusam que a mídia está escondendo números, que já teríamos perdido o controle da pandemia. Outros dizem que é culpa da imprensa o temor gerado na população e que a proporção das notícias é muito maior do que realmente está acontecendo.

Ambos estão certos? Nem a pau. Estão completamente errados. É impressionante a dificuldade das pessoas em acreditar nos veículos, mesmo que o dever destes seja a notória divulgação da verdade.

Do outro lado, muitos garantem e queimariam uma mão na procedência das informações que chegam por e-mails. Os conhecidos spams. Não bastasse, sempre temos o vizinho da amiga que conhece alguém que trabalha em tal hospital onde milhares de médicos morrem todo o dia. Hospitais que estão dando remédios vencidos. Motins e mais uma penca de teorias conspiratórias que só os mais inocentes poderiam acreditar.

Por incrível que pareça, e mesmo a imprensa checando a maior parte das informações que chega, a maioria parece dar mais credibilidade às anedotas dos e-mails. É tão difícil assim dar um voto de confiança aos veículos? Dói duvidar da história do dia contada pelo porteiro?

As redações estão recebendo toneladas de e-mails de leitores com dúvidas, mas quase todas elas já foram respondidas nas matérias. Não seria melhor ler o que já foi publicado antes de mandar um novo velho e-mail? Parece-me que qualquer informação que parta da imprensa não é mais lida e só serve como base para justificar a opinião dos mais desesperados e dos que querem ainda mais mortes.

Minha dica é: reflita antes de repassar aquele e-mail assinado por um falso médico. Aproveite e vá na banca mais próxima e compre um jornal. Depoimentos no Orkut não devem ser a única leitura diária.