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Vida louca pelas ruas de NY
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Fotos: Divulgação
Double Dragon Neon: gráficos em alta resolução, músicas remixadas com batidas modernas, mais efeitos de luz e cores cada vez mais chamativas

Se você não conhece o termo beat’em up, largue já esse joystick que não te pertence. É simplesmente o estilo de games criado lá no meio dos anos 80 – década embrionária que só produziu coisas boas e necessárias, para os nerds – e que arrebentava nos corredores dos fliperamas. Jogos incríveis como Alien vs. Predator, Battletoads, Cadillacs and Dinosaurs, Final Fight e Streets of Rage eram o suprassumo da diversão desmedida naquele tempo. Mover-se lateralmente pelas telas destruindo ondas de inimigos até chegar ao “chefão de fase” era a válvula de escape que aquelas mentes anestesiadas por Xuxa e Mara Maravilha precisavam. Porradaria sem limites. Socos, chutes e voadoras em tempo integral por ruas dominadas pela criminalidade.

Refletindo hoje, ainda considero a melhor forma de se locomover por esta vida louca.

Um jogo foi o estopim para o movimento de socar a esmo que se popularizou naquela época. Double Dragon, lançado em 1987, traduzia para os piás de prédio o que se vivia numa periferia de um grande centro urbano. Era a representação mais fiel de um filme que fazia a cabeça de todos: “The Warriors, Os Selvagens da Noite”. Sim, a molecada se via dentro de um filme de gangues quando encarnava Billy ou Jimmy Lee, mestre de uma arte marcial fictícia chamada setsuken.

Eram os guerreiros das cidades. Os heróis sem virtude. Quem tinha idade escolar na época sabe como era popular ver os pequenos se socando no recreio com golpes pouco ortodoxos como Hadoukens e Shoryuken. Voadora nas costelas era quase uma banalidade.

Eis que a onda das recriações resolve dar o ar de sua graça em mais um clássico, com recente lançamento de Double Dragon Neon. O básico dos remakes está lá: gráficos atualizados em alta resolução, músicas remixadas com batidas modernas, mais efeitos de luz e cores cada vez mais chamativas (afinal é a versão “neon”, certo?). A história se manteve bem próxima da antiga. Uma gangue sequestra a namorada de Billy. Detalhe é que a moça tem um péssimo costume de permanecer encostada pelas ruas, não estranha quando um bando de bandidos aparece e, pasmem, não oferece resistência. Billy, abra o olho. Os dois irmãos decidem então resgatar a namorada perdida e partem num odisseia de sopapos pelas ruas de uma Nova York pós-apocalíptica. Tacos de baseball, correntes e pedregulhos podem ser usados conforme a necessidade.

Os personagens não são mais feitos de “sprites”, como antigamente. Receberam um modelamento 3D e aplicação de Cel Shading, filtro que torna os traços mais cartunescos. A movimentação, no entanto, está bem mais travada. Os irmãos parecem flutuar lentamente pelo cenário, quebrando a interação. O jogo também erra ao não trazer um modo multiplayer on-line. Hoje fundamental. No entanto, mantém o sistema de cooperação local para até dois jogadores.

Um novidade em Neon foi a criação do sistema “hig five”. Os dois protagonistas pode trocar itens ao se cumprimentarem. Também foi adicionado um sistema para ajudar o parceiro que está morrendo.

Momento que gera uma interessante “gag” visual, ressalta-se. Enquanto o irmão se recupera aparece na tela uma fita cassete sendo rebobinada pela maneira mais popular dos anos 80, com um lápis. De resto, os principais chefões e personagens estão lá com uma roupagem nova. É um produto pensado mais para os “old gamers”. Não traz nada de novo e nem sequer é um remake inspirado, como aconteceu com Resident Evil no Gamecube. É apenas mais um jogo nostálgico repaginado para se jogar por poucas horas.

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