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Compositores contam a história da música do Paraná
| Foto:
Daniel Sorrentino/Arquivo Gazeta do Povo
Tatára, músico, dono de bar e agitador cultural de Curitiba: reunião festiva

Um brasileiro que nasce com o nome de João Gilberto é destinado a ficar para sempre ligado à música. É o caso de Tatára, ou João Gilberto Tatára, músico, dono de bar e agitador cultural de Curitiba. Hoje, ele estará encabeçando mais uma de suas muitas ações em prol da música paranaense. No Teatro Guairinha, a partir das 20h30, o espetáculo Como se Fosse um Poema, com dez compositores, convidados, se propõe a contar um pouco da história da produção musical do Paraná a partir dos anos 70.

O show de hoje à noite nasceu de um projeto espontâneo, há mais de um ano, e foi crescendo, a ponto de não se encerrar hoje, nem se restringir ao palco. Tatára é dono de um bar no Água Verde e, como músico e compositor, é natural que dê espaço a músicos em seu estabelecimento. Então, uma certa noite, quatro compositores se dispuseram a se encontrar por lá e apresentar seus trabalhos toda segunda-feira, que é um dia mais sossegado em qualquer bar. “Começou com quatro e a cada semana foi crescendo a ponto de, atualmente, a gente reunir mais de 50 compositores a cada segunda-feira”, conta o proprietário, que ainda paga jantar para a turma toda. O encontro foi apelidado de Viola e Cantoria. “Já veio músico até de Londres e dos EUA”, diz.

Mas não são apenas músicos em busca de um jantar e um espaço que lotam a casa às segundas-feiras. O público pagante gira em torno de 150 pessoas. Tamanho e inesperado sucesso fez com que os compositores se animassem a sair do bar e ganhar palcos e outros projetos. A primeira apresentação é esta de hoje no Guairinha, mas a segunda já está marcada para o dia 25 de abril no Teatro da Reitoria. “Depois, queremos voltar para o Guairinha e fazer, ao todo, uns dez espetáculos até o fim do ano”, avisa Tatára.

Além disso, os compositores também se organizam para tentar viabilizar, no fim do ano, um espetáculo com dez horas seguidas de música no Parque Barigui. Em janeiro de 2011, o mesmo projeto de música o dia in­­teiro seria levado para o litoral do Paraná. Animados, os com­­positores não se contentam apenas com o palco. “Queremos pro­­duzir programas de rádio e televisão contando a história da música do Paraná”, revela o compositor.

Divulgação
Tatára (de chapéu) em meio a grupo de compositores paranaenses

A dificuldade de sempre é a busca de patrocínios. “As leis de incentivo demoram muito”, queixa-se o produtor que avisa: “Vamos provar que somos capazes de fazer com as nossas próprias pernas”. É claro que se alguém quiser ajudar será bem recebido.

O espetáculo inaugural desta noite pode parecer uma informal reunião de amigos, mas trata-se de um trabalho de pesquisa sobre a música regional. “O evento inaugural, do dia 13 de Março, é fruto de uma primeira sistematização de trabalhos de pesquisa que vêm sendo feito por um grupo de músicos e pesquisadores, integrantes da Associação dos Amigos do Viola e Cantoria ou profissionais apoiados pela organização”, diz o texto de apresentação.

A forma, no entanto, busca reproduzir no palco o encontro que se dá toda segunda-feira no Bar do Tatára. E será o próprio o mestre de cerimônia que comandará o show, junto a uma mesa de bar. A ele caberá a apresentação dos músicos e a contação de histórias da cena musical curitibana, que acompanha desde a década de 60.

Serviço

Como se Fosse um Poema. Hoje, às 20h30, no Guairinha (R. XV de Novembro, s/n.º). Ingressos a R$ 15.

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