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Meus amigos tomaram o poder na cultura do Paraná
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Meus amigos tomaram o poder e estão mandando na cultura do Paraná. Paulino Viapiana (secretário da Cultura), Fernando Tupan (diretor da Rádio Educativa) e Pedro Chagas Neto (diretor de Jornalismo da Rádio e TV Educativa), são todos colegas jornalistas e velhos conhecidos meus. Desejo-lhes sucesso, boa administração e boas ideias e projetos, como amigo e como jornalista, mas nunca como um jornalista amigo. Explico.

Quando meus amigos chegam ao poder eles se distanciam, ou melhor, eu me distancio. O jornalismo exige um certo distanciamento para que não se confunda a amizade com a informação. Na amizade, quase sempre, mas nem sempre, o melhor caminho é a verdade. Porém, ela sempre é o melhor caminho no jornalismo. Cedo ou tarde, haverá um momento em que vou criticá-los, vou discordar, vou questiona-los publicamente. Com respeito e independência.

Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Sede da da Rádio e TV Educativa do Paraná, em Curitiba

Rádio e TV Educativa

Dito isso, quero expor aqui uma tese que defendo há muitos anos sobre o trabalho de uma rádio ou tv educativa – em geral, não só aqui do Paraná. Há muitos caminhos que podem ser percorridos mas uma decisão é fundamental para início de conversa. Ou haverá preocupação com audiência ou não. Eu defendo que as emissoras educativas NUNCA tenham preocupação com audiência. Isso é coisa para veículo comercial.

Uma emissora educativa deve ter compromisso com a qualidade e com a vanguarda, não com o popularesco, o jabá e o apelativo. Os ibopes e outras formas de medição de audiência devem ser totalmente desprezados pelos diretores e programadores.

Deve-se pensar na criatividade, na provocação, na melhor forma de captar, expor e auxiliar no processo criativo da cultura. É preciso prestigiar programas que possamos rever daqui a dez, vinte, trinta anos e acharmos que eles continuam sendo muito bons. Que, além de retratos de uma época, sejam exemplos de qualidade e criatividade talvez impossíveis de se atingir em emissoras comerciais.

Tendo isso em vista, rádio, tv e internet – sim, também é preciso urgentemente aperfeiçoar os sites da RTVE – devem trabalhar integrados, com muitas atividades em comum, com produções, programações e promoções conjuntas. Ainda mais em Curitiba, em que as emissoras ficam dentro do Canal da Música, com seus bons espaços e um teatro à disposição, o que facilita a integração. É preciso também uma maior aproximação com emissoras do interior do estado, das rádios e tvs universitárias.

Não vou ficar dando pitaco em programação, dando uma de corneta (como se diz no futebol, para os que dão palpites sobre escalação dos times). Eles, os novos diretores, que escolham o caminho que preferirem. Apenas expus minha tese. E, como é um assunto que eu gosto, devo continuar comentando por aqui.

Com relação ao trabalho prático em si, mesmo estando ainda muito perto da posse e com pouco tempo para trabalhar, a cobertura do Festival de Música de Curitiba é o primeiro teste para a nova etapa da Rádio e Televisão Educativa do Paraná.

Ah, e aqui vai um aviso. Não vou comparar jamais a gestão que se inicia com a anterior. Começa tudo do zero e o passado não é desculpa para nada.

E vocês, o que pensam a respeito?

Este blogueiro tem trabalhado com mais frequência lá pelo Twitter @Sobretudo

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