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Paiol de pólvora, música e prosa
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Da coluna Acordes Locais, publicada toda quarta-feira, na Gazeta do Povo:

Divulgação/FCC
Vinícius de Moraes e Marília Medalha no show de inauguração do Teatro Paiol, em dezembro de 1971

O Teatro Paiol é um marco da criatividade curitibana e da reciclagem de espaços em benefício da cultura e da urbanidade. Em uma época pré-Ópera de Arame, Jardim Botânico ou Parque Tanguá, foi a verdadeira logomarca de Curitiba e é até hoje o símbolo da Fundação Cultural.

Nesta quinta-feira (30), às 20h, com entrada franca, o projeto Hora da Prosa – Conversas sobre Patrimônio Cultural reúne no teatro o ex-governador Jaime Lerner, a ex-presidente da Fundação Cultural de Curitiba e ex-secretária de Estado da Cultura, Lúcia Camargo, o compositor Paulo Vítola, a atriz Yara Sarmento, a produtora Luci Daros e o violonista João Egashira. Cada um deles tem histórias para contar, desde a idéia inicial de transformar o antigo paiol de pólvora em teatro até as atividades atuais desse belo e funcional espaço cultural projetado por Abrâo Assad.

Além da conversa, também haverá os lançamentos do Boletim Casa Romário Martins nº 137 – Teatro do Paiol – 35 anos de Aplausos e de um documentário de 15 minutos sobre o espaço.

O Paiol sempre foi aberto aos músicos curitibanos. Desde o início, por ali passaram compositores, cantores e instrumentistas dos mais diversos estilos. A banda Blindagem, por exemplo, deve parte de seu surgimento ao Paiol, que nos anos 1970 abria as portas para o rock curitibano. O jazz passou bom tempo no teatro, sob o comando de Helinho Brandão e seus convidados. Naquele palco foram gravados muitos dos ótimos programas Ciclojam, comandados por Ciro Ridal. Outros estilos, como choro e mesmo música erudita, também passaram e continuam passando por lá.

Batizado a uísque

Pedro Serápio/ Gazetado Povo
Teatro Paiol: espaço democrático

Vinicius de Moraes inaugurou o Teatro do Paiol em 27 de dezembro de 1971 com um show de Toquinho, Marília Medalha e o Trio Mocotó, que se repetiu nos dias 28 e 29. O poeta também nomeou o espaço, que quase foi chamado Teatro Sérgio Porto. Foi sugestão dele o nome de Paiol e o poeta até fez uma música com Toquinho, chamada “Paiol de Pólvora”, composta em Curitiba e apresentada no terceiro dia de espetáculo. Reza a lenda que Vinicius teria batizado o teatro com uísque. Quando o poeta morreu, o teatro não mudou de nome, mas o espaço também foi nomeado Sala Vinicius de Moraes.

Terças Brasileiras

Coincidência ou não, nesta sexta-feira encerram-se as inscrições para os grupos interessados em participar do projeto Terças Brasileiras no Paiol. Dedicada à música popular brasileira, a série atenderá somente grupos musicais de Curitiba e região metropolitana. Serão selecionados sete projetos, que apresentarão seu som no período de abril a julho de 2009.

P.S.: Quem mora há mais de um ano em Curitiba e está lendo este texto e que nunca foi a nenhum show no Teatro Paiol? Quais os músicos de Curitiba, um pouco mais veteranos que nunca tocaram no Paiol?

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