Sou brasileiro e não pareço brasileiro – Innexo

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Neste novo programa da Tenda a banda Innexo apresenta a música “Sou Brasileiro”, ao vivo no Studio Tenda!

Zázu Morani (vocal)
Diego Sant’ana (bateria)
Caio Kim (baixo)
Vitor Wielewski (guitarra)

www.myspace.com/innexo
www.soundcloud.com/innexo
www.facebook.com/innexo

Imagens – Lyrian Oliveira
Som – Mario Oliveira
Edição – Cafuringa
Realização – Studio Tenda
www.facebook.com/studiotenda

… E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoite… Irrisão!…
(Castro Alves)

Sou Brasileiro
Sou brasileiro e não pareço brasileiro
Mas pareço um vagabundo
Abandonado no meio do nada
Sou brasileiro e não pareço brasileiro
Mas pareço um estrangeiro
Numa terra abandonada
E fatalmente eu vim parar nesse lugar
E minha pátria-mãe-gentil se quer me deu um lar
E os olhos santos inspirados no demônio
Conspiram todo o dia contra nosso sonho
500 anos e ainda sinto a falta dos quilombos
O refúgio do castigo sobre os nossos ombros
E hoje o peso do dinheiro causa depressão
Prende nosso povo e lembra a escravidão
Filha da puta o seu racismo hoje é discreto
Mas louvaria e assinaria um novo decreto
Depois lavava as mãos que nem Pilatos
O preconceito é a exigência do status
[Refrão]
Sou brasileiro, sou brasileiro
Sou brasileiro e não pareço brasileiro
Hei Tio! Aqui não posso entrar?
Desculpe meu filho, tem dinheiro pra pagar?
Vai, vai! Volta pro teu morro!
Polícia, polícia, eu tenho medo, socorro!?!?
Tem uma feira que alimenta a molecada
O resto é pra senzala, é pra fazer a feijoada
Por aqui ninguém divide mais nada
Capitalismo selvagem pode morrer na calçada!
Mais um moleque de rua!
— Te encontro na esquina…
Esperando o IML, mais uma chacina
Um menino e uma menina
— O quê que a vida ensina?
Era uma bala perdida, perdida sua vida
O ódio toma conta de qualquer cidadão
Foi pra isso que inventaram sua munição?
Que diferença faz tudo isso sem paz
Humanidade perdida, já foi longe de mais!
[Refrão]

Raimundo, imundo, todo sujo, todo dia
Soterrado a revelia numa mina de carvão
Já faz dez anos faz, faz tanto tempo faz
Justiça porca, política do cão!
José subiu a serra e encheu a terra de mercúrio
Cheio de orgulho desce agora com o tesouro
Já faz dez anos faz, faz tanto tempo faz
Sumiu José, sumiu dente de ouro!
João honestamente trabalhou pro Rei Ladrão
Construiu palácio, construiu mansão
Já faz dez anos faz, faz tanto tempo faz
Que resolveu protestar…
João morreu na construção!
[Refrão]