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Da roça para o mundo da bola: ex-jogador do Paraná foi do amador direto para o profissional
| Foto:
Roberto Dziura Junior/Tribuna do Paraná
Da roça para o mundo da bola: ex-jogador do Paraná, que surgiu no amador e foi direto ao futebol profissional

Parece que a vida de todo jogador de futebol representa um conto de fadas seguido de muitas glórias e sucesso, mas nem sempre é assim o caminho a trilhar antes da fama. Guilherme, lateral-esquerdo que jogou no Paraná Clube em 1995 e foi tricampeão paranaense com o Tricolor da Vila Capanema passou por muitas dificuldades antes de chegar ao topo.

Antes do sucesso no mundo da bola o jogador não teve vida fácil na infância. Teve que batalhar muito para ter o que comer na mesa com a família. Guilherme estudava pela manhã e a tarde trabalhava na roça para ajudar o pai na colheita de café, pimenta do reino e feijão. Sempre otimista mesmo diante das dificuldades de uma vida humilde, o que ele não imaginava é que iria colher tão cedo os frutos que plantou.

A vida de Guilherme teve uma transformação radical a partir do momento em que o atleta foi descoberto por um olheiro quando disputava o campeonato amador pelo “Independente” num campo de pelada na cidade de São Luís em Belém do Pará. Ele recebeu um convite para fazer um teste no Tuna Luso.

Diferente de muitos jogadores que passam pelas categorias de base antes de chegar ao time principal, Guilherme brilhou e saiu do mundo do amador, aos 20 anos, conseguindo um passaporte direto ao estrelato do profissional sem precisar passar pelas categorias inferiores do clube cruzmaltino de Belém do Pará. O jogador foi aprovado por unanimidade pela diretoria do Tuna Luso e o primeiro desafio vestindo a camisa do time era disputar o campeonato paraense do estado. Em seguida foi campeão Brasileiro da Terceira Divisão sendo o destaque do time na competição.

Guilherme conheceu a esposa Karina quando veio jogar no Paraná Clube em 1995. Depois teve passagens por várias equipes no futebol brasileiro. Entre elas: São Paulo, Guarani, Fluminense, Sport, Avaí e Coritiba em 1997. “Tenho boas lembranças da época em que joguei no Guarani de Campinas com Luizão, Djalminha e Amoroso, “relembrou sorridente.

Em 2003, retornou as suas origens no futebol amador curitibano atuando pelo Renovicente. No ano seguinte foi campeão da Série B pelo Iguaçu e rodou por Trieste e Combate Barreirinha como zagueiro.

Durante uma partida da várzea o atleta se lesionou e teve que fazer uma cirurgia no tornozelo esquerdo, ficando por um ano e meio parado e retornou este ano pelo time da Barreirinha na Suburbana.

Aos 42 anos, o boleiro mora em Curitiba com a esposa e dois filhos e durante a semana trabalha no meio ambiente prestando serviço para a Prefeitura há 9 anos. Aos sábados ele se aventura jogando o amador da capital.

“O recomeço foi bom sempre joguei no amador é a minha paixão desde criança. A diferença é que em Belém jogávamos por amor a camisa e na raça, ninguém treinava e não ganhava qualquer premiação em dinheiro. Eu ficava contando nos dedos os dias esperando o fim de semana chegar para poder entrar em campo. Aqui em Curitiba precisamos treinar semanalmente e os atletas recebem uma remuneração mensal,“ frisou Guilherme.

Na primeira partida semifinal contra o Bairro Alto no último sábado (10), o defensor do Combate estava machucado e teve que assistir de fora do alambrado seu time ser derrotado em casa, por 3 a 1, para o atual campeão da Suburbana.

“Espero estar recuperado no próximo jogo decisivo no Estádio Pedro de Almeida na partida de volta e ajudar o Combate com uma vitória. Precisamos vencer durante os 90 minutos para forçar uma prorrogação”, concluiu o zagueiro.

A experiência de vida de Guilherme demonstra que ao se fazer aquilo que se gosta, com paixão, humildade e esforço pode-se superar momentos difíceis da vida.

Semifinal – Jogos de volta

Neste sábado (17) a Gazeta do Povo fará a cobertura da partida entre Santa Quitéria x Iguaçu no Estádio Maurício Fruet. A partida começa às 16h30.

Na outra semifinal – Bairro Alto x Combate Barreirinha jogam no mesmo horário.

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