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Recentemente li uma reportagem no portal Infomoney o qual trazia a informação de uma pesquisa realizada nos EUA pela Universidade da Califórnia, MIT e pelo Centro de Pesquisas da Microsoft, que mostra que a ‘Habilidade’ em se fazer muitas coisas ao mesmo tempo não é necessariamente uma qualidade. O principal argumento é que a produtividade do profissional cai devido à falta de foco e aprofundamento em cada um dos assuntos tratados no dia a dia.

Há décadas trabalhando com corporações, percebo o quanto isso evoluiu nos últimos anos, em parte a tecnologia que chegou para facilitar a vida, também veio para roubar nosso tempo. A possibilidade de estar conectado 24 horas por dia também nos coloca na situação de resolver múltiplas pautas a qualquer hora. Equipes enxutas dentro das empresas, desemprego em alta e exigência por resultados nos colocando na parede formam a receita explosiva para a baixa produtividade e o alto nível de estresse.

Analisando a temática concordo com os argumentos da pesquisa, contudo temos que cuidar para não depreciar a imagem do profissional multitarefa, pois essa pessoa é necessária e estratégica em determinados momentos. Ser multitarefa não é uma questão de perfil, é uma questão de capacidade. Ou seja, em um mercado de crise, os mais capazes de assumirem posições é o que vão permanecer.

Agora, os gestores precisam compreender que estes profissionais estão ali para ocupar algo momentâneo e não para todo o sempre. Primeiro porque as pessoas têm seus limites, segundo que decisões que precisam ser tomadas para ‘ontem’ tendem a ter um grau de risco muito alto. Logo, é necessário pensar em um planejamento o qual contemple um período e que neste plano as funções com especialistas voltem para o quadro funcional, focando o crescimento da empresa e não somente a sua manutenção no mercado.

Para os profissionais é necessário salientar que, em determinado momento da carreira, você será levado a realizar várias ações, tocar projetos, tudo ao mesmo tempo. Seja por um pequeno período, como cobrir uma licença, ou ajudar a empresa tocar o barco em uma crise. Então é necessário estar preparado.

O que não pode é achar que o multitarefa veio para ficar, que ele e só ele é quem sobrevive no mercado. É necessário ter pulso firme, entender o porquê hoje se está com tantas demandas, encontrar meios para resolvê-los, mas não levar isso para sua vida, porque viver é muito mais do que trabalhar. A profissão é apenas um dos pilares que nos faz felizes.

Até algum tempo atrás, ser multitarefa era até uma questão de sinônimo de profissional bem-sucedido, ver aquela pessoa com agenda apertada era o retrato de quem se deu bem na vida. Hoje, ouvir pessoas falando alto ao celular quando o avião nem bem pousou, observar motoristas digitando ou falando ao celular ou digitando enquanto almoçam, virou algo que nos causa uma certa repulsa, arrisco até dizer que é ‘cafona’.

O equilíbrio na vida é o melhor caminho. Às vezes a balança pende para um lado. Mas precisamos estar atentos com as escolhas que fazermos que possam nos conduzir sempre a favor daquilo que queremos e sabemos melhor fazer. Só assim seremos realizados e felizes em nossas decisões.

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