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Computador, poluição e outras amenidades
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你好

Esta sexta-feira, aconteceu algo que me desestabilizou: meu computador morreu! Simplesmente, apagou! E, com ele, todo nosso último ano e meio de China: fotos, textos, trabalhos… No dia seguinte do acidente, levantei com uma sensação horrível de perda… mas, ainda tenho esperanças de que um milagre ressuscite meu hd. E o santo que está tentando fazer este milagre se chama Luiz, o maridão.

Bom, sem minhas fotos da viagem às Filipinas, fiquei sem assunto para o blog desta semana. E, quando falta assunto, a gente fala do que mesmo? Do tempo!

Gente, o céu de Shenzhen esta última semana está estranhíssimo! Uma névoa de poluição cobre o horizonte. Minha asma que, assim como aconteceu com outros alérgicos que vieram morar em Shenzhen melhorou, de repente voltou a todo vapor. Ainda bem que eu trouxe minhas bombinhas de Aerolin do Brasil, pois não tenho a menor ideia de como comprá-las por aqui.

Minha amiga que mora em Changchun ficou 24 dias sem colocar os pés na rua. Primeiro, por conta do frio de menos 20C que faz por lá. Segundo porque, assim como em Pequim, o governo pediu às pessoas que saíssem de casa apenas para fazer o essencial, já que os níveis de poluição estão altíssimos.

Ela, que vinha sofrendo de dores de cabeça constantes, finalmente descobriu o motivo de tamanho incômodo. Sinistro, não é mesmo? Olhem as fotos tiradas das janela do meu apartamento num dia de sol.

Chris
Chris
Chris

Ah, esta semana tive mais uma aventura nos hospitais públicos de Shenzhen. Para ser justa com a China, preciso admitir que vimos sendo muito bem tratados no Shekou People’s Hospital que fica perto de nossa casa. Mas, cada vez que passamos por lá, acabo me sentindo num quadro do Zorra Total.

Desta vez foi o Marquinhos que caiu de cara no chão jogando basquete na escola. Os dentes de cima acabaram cortando a parte interna da boca e o professor sugeriu que fôssemos ao hospital para ter certeza de que não precisaria dar uns pontinhos.

Chris

A avetura foi mais ou menos assim:

1.Chegamos à recepção e eu pedi para o Marcos puxar o lábio inferior e mostrar o machucado. A chinesinha fez cara de “ai, que horror!” e apontou na direção da Emergência.

2.Na Emergência, pedi para o Marcos puxar o lábio inferior e mostrar o machucado. A enfermeira fez cara de “ai, que horror!” e pediu, em chinês, para irmos para o 4º andar.

3.Na recepção do 4º andar feita para atender estrangeiros, pedi para o Marcos puxar o lábio inferior e mostrar o machucado. A recepcionista fez cara de “ai, que horror!” e pediu em inglês (parecia inglês, pelo menos) para esperarmos um pouco.

4.Minutos depois, uma médica que falava inglês perguntou o que tinha acontecido. Pedi para o Marcos puxar o lábio inferior e mostrar o machucado. Falei que ele tinha caído jogando basquete, ela fez cara de “ai, que horror!” e disse que ia pedir a opinião dos especialistas.

5.A recepcionista do 4º andar que, segundo ela mesma entendia mas não falava muito bem inglês, nos acompanhou à sala dos dentistas. Na recepção dos dentistas, pedi para o Marcos puxar o lábio inferior e mostrar o machucado. A recepcionista dos dentitas fez cara de “ai, que horror!”, conversou com uma dentista que já estava tirando o jaleco para ir embora e voltou a falar com a recepcionista do 4º andar.

6.Por fim, a recepcionista do 4º andar escreveu no seu iPhone que o Marcos precisaria de uma “operation”, mas que os consultórios já estavam fechados e ele deveria voltar na manhã do dia seguinte.

7.Sentindo cheiro de roubada no ar e diante de um Marquinhos inconsolável, liguei para o Luiz que colocou nossa amiga Clair para falar em chinês com a recepcionista. Voltei a falar com o Luiz que disse: “a Clair disse que a dentista falou que o Marcos tem que operar o pescoço para retirar uma coisa que nasceu lá. Ah, e a “operation” vai custar 400 RMB.” Pescoço? Que pescoço? Sei lá, disse o Luiz, a Clair não entendeu muito bem!

8.Bom minha gente, se chinês falando com chinês não se entendem, que dirá nós falando em inglês com eles! Bom, vencida pela cansaço, avisei a recepcionista que eu estava indo embora. Ela fez “não” com a cabeça e disse para mim e para um Marquinhos apavorado para acompanhá-la. “Onde estamos indo?”, eu perguntava”, ela só dizia “dinheiro” em chinês.

9.Nesta hora, passou a médica que falava inglês! Encurralei-a e falei “ninguém olhou a boca dele direito e querem que ele faça uma operation!!!!”. A médica, super atenciosa, nos levou de volta ao consultorio dos dentistas onde eu tive um rompante de memória e consegui dizer, em chinês, basquetebol. O rosto da médica se iluminou e ela perguntou “você caiu hoje?” O Marquinhos, sentindo que ainda havia esperanças de se safar da operation, disse yes!, yes!, yes!

10.E lá foi ele finalmente se sentar na caderia de um dentista que puxou seu lábio, analisou o machucado e disse em chinês “não é nada, pode ir embora para casa”.

Em resumo, em menos de meia hora, poupamos o Marcos de uma operação e economizamos 400 RMB! E, se isso tudo foi um problema de comunicação, de displicência, de má fé ou um simples mal entendido, acho que nunca saberemos ao certo.

在 见。

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