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Chefs e suas mães ensinam pratos de família
Para comemorar o Dia das Mães, o Bom Gourmet pediu para chefs de cozinha paranaenses que aprenderam o bê-a-bá das panelas com as mães, que também são cozinheiras, para preparar dois pratos típicos do Paraná. A seguir, elas ensinam receitas que marcam o paladar e a história das filhas.
Receita de bisa
Sentada ao lado da mãe, Bibiana Trevisan lembra dos cafés da manhã com polenta na chapa, queijo colonial e salame na casa da avó. Assim, em meio a mesas fartas de quitutes italianos, cresceu a proprietária da Cuore di Cacao.
Ela conta que, nos almoços de domingo, a tradição sempre foi reunir todos os parentes e preparar massa. Em especial, o tortei recheado com abóbora e molho de linguiça blumenau, ingredientes que conferem um contraste entre os gostos salgado e adocicado.
O prato, com a linguiça regional, é típico da região italiana do Vêneto, local de origem da família Trevisan. “É receita de bisa”, diz Solange Trevisan, mãe de Bibiana e proprietária do Empório Rosmarino. “Minha mãe aprendeu com a avó e minha avó aprendeu com a bisavó, que veio da Itália. Toda a minha família tem máquina de macarrão”. Seguindo a tradição, a receita foi passada adiante e hoje é preparada por Bibiana. “E meu filho vai ter que aprender!”, brinca.
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Comida de interior
“É aquela comida que todo mundo de casa comia e pedia. Não tem nada de especial, mas é muito bem feita”, explica Gabriela Radecki sobre o prato escolhido para a produção desta matéria, uma costelinha suína acompanhada de farofa, quibebe e arroz. O preparo caseiro remonta às origens da família Radecki, em Palmeira, no interior do Paraná. “Como a gente sempre morou no interior e meus pais também nasceram lá, a costelinha de porco sempre foi uma comida comum”, comenta Gabriela. “Sempre tivemos essa coisa de gostar da terra, de produzir o alimento”, lembra Rosane Radecki, a filha, evocando as colheitas de abóbora na horta de casa durante a infância.
Sempre uma referência para Rosane, Gabriela foi essencial para a entrada da filha no mundo da cozinha, no comando do Girassol, restaurante da família que é cartão postal de Palmeira. “No começo, eu dava umas dicas para ela, agora é ela que me dá dicas”, ri Gabriela. Mais informal, a tradição de lidar com as panelas foi passada para a última geração dos Radecki. “No dia das mães, os meus filhos é que cozinham para nós, as três gerações. Eles aprenderam direitinho!”, diz Rosane. Nessas refeições, não há prato fixo. O cardápio é uma surpresa dos filhos chefs.