Eventos Bom Gourmet
Bom Gourmet discute a gastronomia
Mão de obra qualificada, custo operacional e padronização de fornecedores são as três questões que mais preocupam os empresários e entidades do setor de alimentação. Elas foram apontadas nesta quarta-feira (25), durante a realização do Encontros Bom Gourmet no Núcleo Estilo de Vida da Gazeta do Povo.
Andrea Sorgenfrei, gerente do Núcleo (ao qual o Bom Gourmet pertence), diz que o objetivo desses encontros (outro vai ocorrer no segundo semestre) é conhecer e entender as necessidades do segmento. E, todos juntos, buscarem uma solução para enfrentar os desafios. Por isso, a realização desses encontros e projetos como o Geocook, um estudo de georreferenciamento elaborado pela Brain Bureau de Inteligência Corporativa, que mapeou as regiões com maior potencial gastronômico em Curitiba.
Ciente da importância desse desenvolvimento, Andrea revela que a 5ª edição do Prêmio Bom Gourmet (que será revelado em setembro) terá mais uma surpresa. Além da inclusão de uma nova categoria – a de sorvete –, duas semanas antes da revelação dos ganhadores, serão publicados também os indicados ao prêmio, para que esses estabelecimentos possam trabalhar a indicação e, com isso, gerar mais público.
Guilherme Vieira, diretor de Negócios Digitais e Multiplataforma da Gazeta Jornais, também salienta essa aproximação com os empresários. “Queremos estar próximos, discutindo pontos relevantes para que o setor se desenvolva. Com a gastronomia mais em pauta, precisamos de um direcionamento”, afirmou.
Questões levantadas
Alguns dados do cenário de alimentação no Brasil foram apresentados por Marcus Yabe, coordenador de Negócios Digitais e Multiplataforma da Gazeta Jornais. Um desses números revela que Curitiba tem um público potencial de mais de 900 mil pessoas com interesse em gastronomia e pertencentes às classes A e B (pesquisa da Ipsos, EGM Estudos Marplan). Durante o encontro, os empresários elencaram ainda os três maiores problemas do segmento e discorreram sobre eles. Os mais lembrados foram mão de obra, custo operacional e padronização de fornecedores
Alguns dados do cenário de alimentação no Brasil foram apresentados por Marcus Yabe, coordenador de Negócios Digitais e Multiplataforma da Gazeta Jornais. Um desses números revela que Curitiba tem um público potencial de mais de 900 mil pessoas com interesse em gastronomia e pertencentes às classes A e B (pesquisa da Ipsos, EGM Estudos Marplan). Durante o encontro, os empresários elencaram ainda os três maiores problemas do segmento e discorreram sobre eles. Os mais lembrados foram mão de obra, custo operacional e padronização de fornecedores
Para o diretor geral do Centro Europeu, José Ost, a falta de mão de obra qualificada seria resultante de um deficiente preparo do gestor. “Um chefe preparado está apto a montar sua equipe. Porque formas de qualificar existem”, disse. Marcelo Woellner Pereira, presidente da Abrasel-PR, afirma que essa qualificação insuficiente seria também uma falta de visão do empresário, que muitas vezes está na informalidade, que beira os 60%, segundo ele. “A visão dos gestores cresceu bastante, mas a preparação dos empreendedores precisa ser melhorada”, diz Pereira.
No que se refere a custo operacional – segundo item salientado –, os empresários afirmam que este item envolve a cadeia como um todo. A informalidade foi ressaltada por Luciano Bartolomeu, diretor executivo da Abrasel-PR. “Um suco de laranja para o empresário formal é mais caro do que para o informal, que não paga impostos”, diz. Silvana Fetter, do Vindouro, cita a carga tributária elevada. “Não é um setor fácil. A margem de lucro é cada vez menor e nosso sócio é o governo”, afirma.
O tema padronização de fornecedores também surgiu entre os principais problemas. A oscilação de preços dos fornecedores aliada à substituição tributária também impactou o setor. Thaciane Castro, do bistrô Grappolo&Vino diz que a venda de vinhos caiu 70% nos últimos tempos. “Um vinho que teve sua carga tributária elevada de 30% para 50% deixou de ser vendido e criou uma rejeição. Então, temos que ir sempre atrás de novidades”, conta.
Na questão de logística Francisco Urban, do Pier do Victor, cita o caso das ostras de Florianópolis que são entregues somente no dia seguinte após a colheita. “Isso seria uma coisa simples de se resolver. Florianópolis é nossa vizinha”, diz. Elysa Mendonça, da Paleteria, exemplifica a oscilação de preços. Ela comenta que o morango (uma de suas matérias primas) varia muito. “Tem vezes que a caixa custa R$ 8 e outras, R$ 22”, diz.
A Copa do Mundo também foi lembrada pelos empresários. Marcelo Woellner Pereira, presidente da Abrasel-PR, diz que a expectativa com o campeonato mundial sempre foi a melhor possível. Mas, o aumento no movimento foi sentido mais nos bares, mesmo porque 87% do público é masculino e na faixa etária dos 18 a 35 anos. “Independentemente do resultado da Copa, os estrangeiros ficaram com uma imagem positiva da nossa cidade e temos que divulgá-la fora do eixo Rio-São Paulo”, afirma.
A categorização por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), realizada recentemente, não ficou de fora das discussões. Silvana, do Vindouro, questionou o porquê da escolha dos 143 restaurantes vistoriados. Pereira explicou que repassou à vigilância uma lista de restaurantes e eles foram selecionados e posteriormente vistoriados. A entidade está cobrando para que essa vistoria seja ampliada. Os categorizados com letra C, segundo ele, não representam uma ameaça, mas precisam melhorar sua conformidade com a lei.