Bom Gourmet
A delicadeza da romã no molho do magret
Quando a gente começa a brincar de cozinhar, tudo é novidade, desconhecido. Não se sabe se a ideia é partir de um ingrediente, de um desejo, de uma receita para elaborar o prato. Quase sempre o que pesa é a vontade de comer isso ou aquilo, que talvez não esteja acessível no restaurante próximo – pela distância ou pelo preço.
Comecei a levar mais a sério essa sina da cozinha assim, tentando executar em casa alguns pratos inalcançáveis ao meu orçamento. Lagosta, por exemplo. Errei algumas. Várias, talvez, quase chegando ao que pagaria em um restaurante. Mas aprendi e nunca mais precisei me preocupar com isso. Quero lagosta? Como em casa.
E aí o tempo vai ensinando a lidar com esse ou aquele ingrediente, com a melhor técnica, com os desdobramentos de um preparo mais adequado. E a escolha de um cardápio doméstico passa a ser bem mais fácil. A partir de um desejo, de um ingrediente ou de uma situação.
Estava pensando nisso quando trouxemos ontem uma romã. Vínhamos de um almoço na casa de minha mãe, onde há uma romãzeira que insiste em produzir, mesmo que prensada entre a casa e um muro alto. E dá romãs deliciosas, doces, como poucas que experimentei.