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Entrevista: José Tomaz Urrutia, diretor de exportação da Vinícola Emiliana
A vinícola chilena Emiliana produz cerca de 7,2 milhões de garrafas de vinho orgânico, ou seja, produzido sem aditivos químicos ou agrotóxicos por ano. São cerca de mil hectares de plantações de uva, sendo, desses, 900 certificados para a produção orgânica. Isso a levou a ser premiada pela revista inglesa Drinks Business com o prêmio ‘Empresa sustentável do ano’ em 2012.
O diretor de exportação da vinícola, José Tomaz Urrutia, esteve em Curitiba na última terça-feira (19) para apresentar alguns dos vinhos em um evento na Adega Brasil e falou com o Bom Gourmet a respeito do assunto.
Como são produzidos os vinhos orgânicos?
Os vinhos orgânicos são os que são feitos sem nenhum aditivo químico, pesticida ou agrotóxico. A produção é bem diferente da de uma vinícola comum — precisamos ter flores, por exemplo, que atraiam insetos que normalmente atacariam as uvas; alpacas que comam as ervas daninhas e etc. É preciso manter a biodiversidade, o que é algo mais custoso mas que costuma compensar.
E qual a diferença entre vinhos orgânicos e vinhos biodinâmicos?
O processo biodinâmico vai um pouco além do orgânico, digamos assim. É um processo que visa a devolver a vitalidade da terra por meio de uma produção que não interfira no bioma local. É preciso usar apenas fontes naturais de energia, como a solar, por exemplo, e respeitar o calendário biodinâmico do local.
Há alguma diferença que possa ser sentida no paladar entre os vinhos orgânicos e os não orgânicos?
Como o solo está mais bem equilibrado e livre de aditivos químicos, o sabor natural da uva fica mais realçado. Além disso, também se destaca mais no vinho o terroir, ou seja, as características locais como o clima, por exemplo, que fazem da uva o que ela é.
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Serviço
Adega Brasil. Rua Saldanha Marinho, 1.487, Batel — (41) 3077-5462. Os vinhos da vinícola Emiliana disponíveis são os da linha Signos de Origem, Sirat (R$ 82,50), Cabernet (R$ 81,69) e Pinot Noit (R$ 81,69); o Coyan ($ 105) e Gê (R$ 225) – todos orgânicos, sendo os dois últimos também biodinâmicos.