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França terá safra histórica em 2011
| Foto: REUTERS
Regis Duvignau/Reuters

 

Para os turistas, o tempo úmido que tem assolado a França neste verão (estação atual no hemisfério norte) pode ser motivo de desânimo. Mas para os produtores de vinho e, é claro, para quem aprecia um bom vinho francês, os dias frios e nublados são motivos para soltar foguetes.

Graças ao clima que têm feito os franceses fugirem das praias, o país vive a expectativa de um ano de safra excepcional – comparada às de 2003 e 2007. Isso só não acontecerá se houver quase uma catástrofe climática nesta última parte da temporada de maturação das uvas, com tempestades, granizo ou então ataque de pragas.

Ano atípico

Produtores de todo o país encontraram um novo alento depois de um início fraco na temporada de maturação, o que os fez temer o pior. A França é o maior exportador mundial de vinho, em valor. O setor emprega 120 mil pessoas e gera 18 bilhões de euros (25 bilhões de dólares) em receita.

Durante a primavera seca deste ano, as videiras procuraram água e suas raízes penetraram fundo no solo, freando o crescimento das uvas. Quando veio a chuva, em uma época em que os turistas ansiavam pelas praias ensolaradas, a água irrigou as videiras e colocou a safra de volta nos trilhos.

Jérôme Despey, diretor do setor de vinhos do órgão France AgriMer, da área agrícola e de pesca, disse que a colheita deve começar de 10 a 30 dias mais cedo e será superior em volume à de 2010. Ele declarou recentemente à rádio Europe 1 que a estimativa é de uma safra de 47,6 milhões de hectolitros, ou seja, mais do que os 45,3 milhões de hectolitros de 2010.

Olivier de Moor é um produtor de vinho em Courgis, onde nasceu em uma família com tradição no setor. Estudou na escola de enologia de Dijon e conheceu a mulher, Alice, quando ambos trabalhavam para a uma grande propriedade perto de Chablis, a região que dá nome a esse conhecido vinho branco da Borgonha.

Eles produzem vinhos desde 1989 — Chablis, Bourgogne Chitry, Sauvignon Saint-Bris e o mais genérico Bourgogne Aligoté.

Produtor de vinho orgânico, De Moor diz que o clima também o preocupou este ano. Com raras exceções, pelo que ele diz lembrar, as colheitas sempre foram realizadas em outubro. “Assim que as videiras estão em plena floração, você sabe que a colheita será em 100 dias. Este ano isso aconteceu em 25 de maio, portanto, a colheita está prevista para fim de agosto e começo de setembro.”

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