Bebidas
Galvão: “me apaixonei pelo vinho”
Galvão Bueno não é apenas apaixonado pelo mundo do esporte. Há dez anos, caiu de amores pelo mundo do vinho. E segundo ele, foi meio que por acaso. De lá para cá, deu voos mais altos, e além de ter rótulos que levam seu nome, criou a própria vinícola, a Buenos Wines, com produção na região da Campanha, no Rio Grande do Sul, e na Itália. Em 2013 se tornou sócio do Miolo Wine Group, um dos maiores produtores e exportadores de vinhos finos do país. Na época, os valores da negociação não foram divulgados, mas a expectativa é de que a parceria renda um faturamento para a Miolo de R$ 500 milhões em 2020.
O comentarista esportivo fez parte de uma mesa avaliadora durante a 22ª Avaliação Nacional de Vinhos para degustar os vinhos mais representativos do país da safra 2014. O evento aconteceu na última semana de setembro em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. Entre uma degustação e outra, falou com exclusividade para o Bom Gourmet sobre o universo dos vinhos.
Como você começou a investir em vinhos?
Eu sou o cara que atravessou a rua. Eu estava do lado de lá da rua e me apaixonei de forma perdida pelo vinho. A princípio, uma paixão arrebatadora, e foi se transformando realmente em um amor verdadeiro, permanente, fiel. E comecei a sonhar e imaginar em um dia poder produzir meu próprio vinho. Aí veio a união com a família Miolo. Eles fizeram meu primeiro vinho, tive a honra de meu primeiro vinho ser um corte bordalês feito pelo Michel Rolland e pelo Adriano Miolo. Eu quis dar palpite, mas achei melhor não. E a partir daí montei a minha vinícola, a Bueno Wines, na [região da] Campanha (Rio Grande do Sul) e com o passar dos tempos eles tiveram a irresponsabilidade de me aceitar como sócio. Então sou sócio da Miolo Wines, tenho a minha Bueno Wines, em que produzo seis rótulos aqui no Brasil e dei um passo maior e fui parar na Itália, na Toscana, em Montalcino. Em parceria com o Roberto Cipresso, que é um enólogo espetacular, o responsável por toda a modificação e o avanço da [vinícola argentina] Achaval Ferrer e tem vinhos históricos na Itália. E juntos nós fazemos dois vinhos lá em um pequeno vinhedo que comprei em Montalcino. Fazemos um Sangiovese Pureza que se chama Bueno La Valletta e um Brunello de Montalcino, com Sangiovese Grosso, que é o Bueno-Cipresso. Essa é a história de dez anos pra cá, do cara que atravessou a rua.
Eu sou o cara que atravessou a rua. Eu estava do lado de lá da rua e me apaixonei de forma perdida pelo vinho. A princípio, uma paixão arrebatadora, e foi se transformando realmente em um amor verdadeiro, permanente, fiel. E comecei a sonhar e imaginar em um dia poder produzir meu próprio vinho. Aí veio a união com a família Miolo. Eles fizeram meu primeiro vinho, tive a honra de meu primeiro vinho ser um corte bordalês feito pelo Michel Rolland e pelo Adriano Miolo. Eu quis dar palpite, mas achei melhor não. E a partir daí montei a minha vinícola, a Bueno Wines, na [região da] Campanha (Rio Grande do Sul) e com o passar dos tempos eles tiveram a irresponsabilidade de me aceitar como sócio. Então sou sócio da Miolo Wines, tenho a minha Bueno Wines, em que produzo seis rótulos aqui no Brasil e dei um passo maior e fui parar na Itália, na Toscana, em Montalcino. Em parceria com o Roberto Cipresso, que é um enólogo espetacular, o responsável por toda a modificação e o avanço da [vinícola argentina] Achaval Ferrer e tem vinhos históricos na Itália. E juntos nós fazemos dois vinhos lá em um pequeno vinhedo que comprei em Montalcino. Fazemos um Sangiovese Pureza que se chama Bueno La Valletta e um Brunello de Montalcino, com Sangiovese Grosso, que é o Bueno-Cipresso. Essa é a história de dez anos pra cá, do cara que atravessou a rua.
Nesses dez anos do outro lado da rua, o que você viu de avanço no mercado brasileiro?
A qualidade cresce a cada dia, o nível do trabalho, do trato das videiras, da preparação do vinho, do nível dos enólogos e o resultado tem sido cada vez melhor. Eu defino para você uma frase que me foi dita numa inesquecível tarde de 2009 quando nós fizemos o corte do Bueno Paralelo 31, meu primeiro vinho, com Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdo. E enquanto o Michel Rolland fazia ali as magias dele junto com o Adriano Miolo, ele me disse: “Galvão, coloque uma coisa na sua mente: o problema da indústria do vinho no Brasil não é a qualidade. É o preconceito”. Quando estou na Europa eu digo: “vocês sabem qual é hoje reconhecidamente a quarta melhor região produtora de espumante do mundo?”. Eles olham para mim de maneira espantada e eu digo a eles: “Claro que a primeira é Champagne, na França. A segunda é Franciacorta, na Itália, (não vamos misturar com os Proseccos que não têm nada a ver com isso), a terceira onde se fazem as cavas espanholas, para baixo de Barcelona. E a quarta melhor região produtora de espumantes no mundo é o Vale dos Vinhedos [na serra gaúcha]. Então a minha parte é essa: é lembrar a cada dia a frase do Michel Rolland. Hoje se fazem vinhos excepcionais no Brasil, exportados e reconhecidos. Você pega os trabalhos de hoje, você pega aqui [na 22ª Avaliação Nacional de Vinhos] pessoas altamente capacitadas… eu não! Eu sou apenas o cara que atravessou a rua. E fora do Brasil, na França, Inglaterra, Espanha, Argentina, Chile e Uriguai, todos tratam nossos vinhos com muito respeito.
A qualidade cresce a cada dia, o nível do trabalho, do trato das videiras, da preparação do vinho, do nível dos enólogos e o resultado tem sido cada vez melhor. Eu defino para você uma frase que me foi dita numa inesquecível tarde de 2009 quando nós fizemos o corte do Bueno Paralelo 31, meu primeiro vinho, com Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdo. E enquanto o Michel Rolland fazia ali as magias dele junto com o Adriano Miolo, ele me disse: “Galvão, coloque uma coisa na sua mente: o problema da indústria do vinho no Brasil não é a qualidade. É o preconceito”. Quando estou na Europa eu digo: “vocês sabem qual é hoje reconhecidamente a quarta melhor região produtora de espumante do mundo?”. Eles olham para mim de maneira espantada e eu digo a eles: “Claro que a primeira é Champagne, na França. A segunda é Franciacorta, na Itália, (não vamos misturar com os Proseccos que não têm nada a ver com isso), a terceira onde se fazem as cavas espanholas, para baixo de Barcelona. E a quarta melhor região produtora de espumantes no mundo é o Vale dos Vinhedos [na serra gaúcha]. Então a minha parte é essa: é lembrar a cada dia a frase do Michel Rolland. Hoje se fazem vinhos excepcionais no Brasil, exportados e reconhecidos. Você pega os trabalhos de hoje, você pega aqui [na 22ª Avaliação Nacional de Vinhos] pessoas altamente capacitadas… eu não! Eu sou apenas o cara que atravessou a rua. E fora do Brasil, na França, Inglaterra, Espanha, Argentina, Chile e Uriguai, todos tratam nossos vinhos com muito respeito.
O que podemos esperar do mercado nacional para os próximos anos?
A tendência é de crescimento. Nós temos um campo enorme para crescer dentro do Brasil. Nossa média per capita de consumo de vinho ainda é muito baixa, temos que nos igualar a muita coisa que vem do Velho Mundo ou mesmo das vinícolas da Argentina, Chile, Estados Unidos e Austrália. Então temos um campo muito grande no Brasil e um universo aberto.
A tendência é de crescimento. Nós temos um campo enorme para crescer dentro do Brasil. Nossa média per capita de consumo de vinho ainda é muito baixa, temos que nos igualar a muita coisa que vem do Velho Mundo ou mesmo das vinícolas da Argentina, Chile, Estados Unidos e Austrália. Então temos um campo muito grande no Brasil e um universo aberto.
Um reconhecimento internacional dos vinhos produzidos no Brasil ajudaria a aumentar o consumo do vinho dentro do país?
Claro! Mas isso a cada dia tem mudado. Eu fico sempre com a frase do Michel Rolland: o problema não é a qualidade, ainda é o preconceito. Então o trabalho é para quebrar o preconceito.
Claro! Mas isso a cada dia tem mudado. Eu fico sempre com a frase do Michel Rolland: o problema não é a qualidade, ainda é o preconceito. Então o trabalho é para quebrar o preconceito.
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