Restaurantes
McDonald’s abre unidade no Vaticano e cardeal diz que é uma “afronta”
Desde a semana passada, os habitantes de Roma e os turistas podem comer os sanduíches do McDonald’s com direito à vista para a Basílica de São Pedro, no Vaticano. A nova unidade vaticana da rede americana de fast food, que inaugurou na sexta passada (30 de dezembro), levanta há meses um vespeiro de polêmicas.
Em outubro de 2016, um grupo de residentes do bairro chegou a enviar uma carta ao papa Francisco pedindo para interromper a operação, mas a Santa Sé, que é proprietária do imóvel onde abriu o restaurante, havia respondido que “é tudo regular e a iniciativa continua”.
McDonalds around corner from St Peter’s sq, open for business in Vatican-owned building, despite resident protests pic.twitter.com/MW6JYVNNrJ— Sylvia Poggioli (@spoggioli1) 31 dicembre 2016
Segundo os moradores da região, o fast food, localizado na Via del Mascherino, na esquina da praça que é símbolo da cristandade, transformaria “a identidade artística, cultural e social do bairro”, cujo patrimônio arquitetônico é salvaguardado pelo Unesco.
Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, o cardeal Elio Sgreccia também se disse contrário à abertura do restaurante a poucos metros da basílica e definiu a decisão uma “afronta”. Segundo o clérigo, a comida do fast food “não oferece garantias para a saúde dos consumidores”, além de não ter nada a ver com a tradição culinária de Roma.
O aluguel que McDonald’s paga ao Vaticano para o uso do espaço é de 30 mil euros por mês. Antigamente o local abrigava uma tradicional trattoria italiana.
A polêmica com McDonald’s não é a única que envolve uma rede de restaurantes norte-americanos. Em outubro, o Hard Rock Café abriu uma unidade, exclusivamente para venda de souvenirs e memorabilia, na icônica Via della Conciliazione, a avenida que leva direto para Praça São Pedro. Apesar dos protestos de cardeais e residentes, a loja musical substituiu uma livraria religiosa.