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Os sabores da Toscana (Itália) e do Brasil têm muito em comum, e praticamente extrapolam as fronteiras entre os dois países. Basta olharmos para o cardápio dos nossos avós, muitos deles imigrantes, para constatar que preservaram a tradição do ‘bem comer’ – comum no dia a dia dos moradores da península.

Neste cenário também podemos conferir uma grande parte da trajetória da história da gastronomia brasileira, principalmente do sul do país. Recu­perar essa tradição, que remonta à história da cultura nacional perdida tão rapidamente nas últimas duas décadas, não é tão fácil no cotidiano dos bra­sileiros. Porém, não é impossível, pois a receita para tal feito é simples: cuidado com os alimentos – desde o cultivo, manuseio, preparo e conservação – e admiração pela culinária do Brasil.

O fundamental é lembrar que o importante é não ter pressa, pois cada ingrediente tem o seu tempo e o seu momento para proporcionar o seu sabor mais intenso. A partir desta receita podemos fazer uma revolução no país inteiro com aquilo que temos de melhor: nossos produtos.

Na Toscana, a capacidade dos mo­radores de reviver sabores, sensações e emoções surpreende. Lembran­ças recentes, como a dos gostos pelos ingredientes da estação anterior (in­verno), a exemplo das azeitonas recém-colhidas, que agora estão com suas flores brotando, e as últimas garrafas do azeite local, feito artesanalmente, sendo degustadas.

Pés e mãos na terra

Há várias maneiras de plantar a semente para retomar os preceitos do sabor intenso dos alimentos, recuperar o verdadeiro significado da comida, combinando sabor, saúde, sustentabilidade e respeito ao ritmo da terra. Uma delas é poder vivenciar a experiência das fazendas orgânicas italianas no seu cotidiano.

A Itália, além de tradicional produtora desse tipo de alimento, tem também uma das redes mais procuradas e organizadas da Wwoof (World Wide Opportunities on Organic Farms) na Europa.

A Wwoof é uma organização internacional, presente em mais de 50 países, que abre as portas de fazendas orgânicas a quem se interessa pelo tema. Em troca do trabalho, as fazendas oferecem hospedagem e alimentação. É uma grande forma de conhecer a maravilhosa cultura camponesa italiana e suas tradições.

No site da Wwoof italiana é possível se inscrever no programa e conferir as fazendas que estão disponíveis para receber os voluntários interessados. E, quanto maior o número de pessoas que puderem trabalhar em prol desta causa, melhor será o sabor que virá amanhã à nossa mesa.

Riqueza e variedade

Comidas de simples elaboração são comercializadas pelos pequenos agricultores que dedicam a vida ao agroturismo, principal forma de atividade econômica da região.

Os agricultores estão sempre prontos a receber visitantes à mesa, executando rapidamente cardápios simples e delicados, com pesto, azeite de oliva ou sugo de funghi – tudo elaborado e vendido nas pequenas ‘comunas’, fazen­­das que recebem hóspedes, de forma simples, oferecendo o que tem a cozinha, de queijos e pães a azeites e vinhos deliciosos.

A cozinha desta região hoje é símbolo de riqueza e variedade. A partir de ingredientes da estação nascem as receitas e as variações que têm ajudado a fazer alguns pratos especiais dos mais característicos da região.

Plantar, comer e viver: Il Borgo Della Colomba

Um lugar aparentemente perdido na Toscana, numa antiga fábrica de camponeses arruinada e coberta pelo matagal, é, agora, uma aldeia de conto de fadas, onde os olhos se perdem nos tons de verde e o silêncio em demasia te faz esquecer os sons das cidades.

Trata-se do Il Borgo della Colomba, uma das fazendas participantes do Wwoof, local que se mantém do agroturismo, onde se aprende a comer, viver e cozinhar de forma inigualável. Em meio a uma vida bucólica, onde se trabalha muito com a terra para cultivar seu próprio alimento e, após a colheita, se sente o cheiro das massas preparadas artesanalmente com molhos simples, queijos, legumes, castanhas, invadir todos os ambientes e a sua alma.

Ali, você pode cozinhar com o azeite preparado na própria localidade, com os peperoncinos e ervas plantadas ao seu redor; preparar um molho sugo com as castanhas recém abertas pelas tuas próprias mãos.

Serviço: www.ilborgodellacolomba.com

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