Bebidas
Oito vinhos de até R$ 80 para comemorar o Dia do Malbec
Nesta sexta-feira (17) é comemorado em todo o mundo o Malbec World Day (Dia Mundial do Malbec). A celebração desta variedade de uvas está em seu quinto ano e é promovida pela Wines of Argentina, associação de vinhos do país, que tem mais de 30% de todos os seus vinhedos plantados com a casta. A escolha da data tem relação com o dia em que a variedade chegou ao país vizinho, no ano de 1853.
Para celebrar o dia, relembre a degustação às cegas de Malbecs argentinos até R$ 80 publicada na coluna Notas Báquicas, do enófilo Guilherme Rodrigues, na revista e no site do Bom Gourmet em abril de 2014:
O dia 17 de abril é considerado o aniversário da chegada da Malbec na Argentina. Na data, em 1853, o presidente argentino Domingo Faustino Sarmiento lançou um programa para diversificar a indústria de vinhos com a fundação de uma escola de agronomia e um campo para pesquisa das vinhas (Quinta Normal). Coube ao agrônomo francês Michel Pouget levar as primeiras mudas de Malbec e cultivá-las na Quinta Normal. Passados 162 anos, a variedade reina absoluta na Argentina, onde ocupa 31,71% da superfície de vinhedos, quase o dobro da variedade número dois do país, a Bonarda (17,42%).
Campeão de vendas, o Malbec argentino afirmou-se definitivamente como um dos rótulos preferidos e mais procurados pelos consumidores. Especialmente em restaurantes. São vinhos do século 21. ‘Ora’, diria o leitor bem informado, ‘mas a Malbec está implantada na Argentina desde o século 19, então como vinhos do século 21?’ Ocorre que antes as uvas eram empregadas em vinhos correntes e genéricos, boa parte das vezes em lotes. Vinhos de pasto, mais simples, para consumo local predominante, elaborados em cantinas sem muitos recursos enológicos.
A partir dos anos de 1990, os produtores investiram para equipar e modernizar as adegas, a qualidade dos vinhedos e selecionar as uvas. Com esses cuidados, a casta revelou logo suas melhores virtudes, de fruta madura atraente, riqueza, limpidez, aveludado e perfumes. Com mais ou menos madeira, dependendo do produtor (atualmente a tendência é para menos), explodiram nos mercados. Os resultados surgiram a partir do começo deste século. Outra excelente característica é acompanharem com perfeição as refeições, notadamente massas e churrascos.
Lembro-me, até década de 1990, era raro alguém dizer que bebia vinho argentino, à exceção dos Don Valentin lacrados, que enchiam prateleiras e cartas de vinhos e restaurantes. Esse tempo se foi. Agora, os Malbecs bem polidos e bem acabados, de frutado jovial e atraente, afluíram em grande número. Afirmaram-se também porque a qualidade é bastante uniforme e os vinhos confiáveis, previsíveis: o consumidor dificilmente erra um prognóstico ao selecionar um Malbec argentino. O copo confirma a expectativa.
Pensando neste sucesso, reunimos nada menos do que 28 dos mais expressivos rótulo no mercado, na faixa de preços até R$ 80, para testar e apresentar aos leitores. A prova foi às cegas, isto é, os vinhos eram servidos em copos numerados sem que o degustador soubesse que rótulo fosse. Somente após atribuídas as notas e comentários, os vinhos foram revelados. A qualidade foi muito uniforme. Dois se destacaram um pouco para cima dos 88 pontos, e 4 ficaram um pouco abaixo de 85 pontos. A grande maioria entre 88 e 87 pontos, excelente performance nesta faixa de preços. Apresentamos aos leitores os 8 campeões.
*Preços e serviços atualizados em abril de 2015.
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Guilherme Rodrigues é advogado, enófilo, membro de importantes confrarias internacionais. Dedica-se ao estudo e à degustação de vinhos há 25 anos.