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Carne de Onça inicia o processo para ser o primeiro prato curitibano com selo de Indicação Geográfica

Francielli Xavier, especial para o Bom Gourmet
22/03/2023 13:30
Na tarde desta terça-feira (21), um grupo de representantes de estabelecimentos gastronômicos de Curitiba se reuniu na sede do Sebrae/PR para um encontro histórico. A partir de agora, inicia-se oficialmente os trabalhos de documentação e formatação de um dossiê sobre a Carne de Onça que será encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
O objetivo é conseguir a certificação de  prato típico curitibano, na modalidade Indicação de Procedência (IP), comprovando que é uma receita tradicional e 100% local.
"É um trabalho para o futuro, deixaremos um legado para as próximas gerações e isso não tem preço"
Mabel Guimarães, coordenadora Estadual do agronegocios na Sebrae/PR
Representantes de estabelecimentos gastronômicos reunidos no Sebrae/PR para oficializar o início do processo para o selo de IG da Carne de Onça de Curitiba. Foto: Ize Cavalheiro
Representantes de estabelecimentos gastronômicos reunidos no Sebrae/PR para oficializar o início do processo para o selo de IG da Carne de Onça de Curitiba. Foto: Ize Cavalheiro
O processo vai ser feito em parceria com o Sebrae/PR, que tem a expertise dos trâmites e regras para as Indicações Geográficas (IG) do INPI. O Paraná tem 12 IGs chanceladas, todas resultado do trabalho conjunto entre produtores, empresários locais e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

E o que muda, na prática?

Para quem mora em Curitiba e já reconhece a Carne de Onça como um prato tradicional, parece até meio óbvio dizer que é típico da cidade. Mas o selo de Indicação Geográfica é um reconhecimento mundial que atesta a regionalidade e originalidade do prato. Além de regulamentar, fiscalizar a receita original e cadastrar estabelecimentos que vendem o preparo.
A partir da certificação, só poderá utilizar o nome Carne de Onça de Curitiba, o estabelecimento que seguir à risca a receita chancelada e fizer parte da associação responsável por fiscalizar a manutenção do preparo original. Esses lugares terão um selo para identificá-los. Todos os outros preparos e locais terão que usar outro nome.
Como existem muitas versões da Carne de Onça, durante os encontros do grupo, a receita vai ser padronizada. O preparo registrado será, provavelmente, o original, que leva patinho moído, cebola e cebolinha verde picadas, sal, pimenta e é servido com broa.
"A Carne de Onça de Curitiba será uma marca local. Vai agregar valor ao prato, ressaltar a importância e tradição histórica e proteger o produto. Daqui a cem anos, a mesma receita de hoje estará sendo servida na cidade", explica Mabel.

A Carne de Onça de Curitiba

A iniciativa para a conquista da Indicação Geográfica é do empresário e cozinheiro Sérgio Medeiros, proprietário do portal de gastronomia, Curitiba Honesta, que desde 2014 realiza o Festival da Carne de Onça em Curitiba.
É ele também o responsável pela pesquisa histórica do prato, que resultou no título de patrimônio cultural imaterial de Curitiba, em 2016. Desde então, a Carne de Onça é reconhecida pela Câmara Municipal de Curitiba como única comida típica da cidade.
"Estamos dando o primeiro passo para que a Carne de Onça ganhe relevância nacional e mundial. Isso vai ser um marco para os estabelecimentos da cidade que terão um atrativo a mais para os clientes e turistas".
Sérgio Medeiros, Curitiba Honesta
A próxima reunião do grupo já tem data marcada, é dia 03 de abril, às 14h, no Sebrae do Parolim. E o Bom Gourmet vai acompanhar essa jornada.
Para saber mais sobre a história da Carne de Onça, é só acessar o site da Curitiba Honesta.

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