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Restaurantes

Botecos populares vivem momento de glória na capital mineira

Lorena K. Martins, de Belo Horizonte, especial para Bom Gourmet
07/01/2019 19:25
Oferecendo opções gastronômicas a preços acessíveis, os botecos populares vivem o seu momento de glória na capital mineira. Mesmo longe das manchetes, eles conquistam uma divulgação boca a boca e já dividem a preferência do público com os famosos restaurantes premiados. Um dos que ajudaram a colocar os locais populares em destaque foi o jornalista gastronômico – e boêmio – Daniel Neto, mais conhecido como Nenel. Autor do perfil Baixa Gastronomia, com quase 100 mil seguidores no Instagram, ele é figurinha fácil em botequins, lanchonetes e restaurantes que servem pratos feitos.
Para comemorar os locais simples e sem frescura que descobre pela cidade, Nenel comandou, entre novembro e dezembro desse ano, a primeira edição do festival Baixa Gastronomia. Estabelecimentos das nove regiões da cidade se reuniram para valorizar a gastronomia popular. Os pratos custam entre R$ 4 e R$ 22 – preços honestíssimos para quem opta pelo deleite de comida farta.
Um dos petiscos mais aclamados do Bola Bar é o pé de porco ao molho (R$ 12) que fica na famosa estufa do bar. Foto: Fábio Gruppi/divulgação
Um dos petiscos mais aclamados do Bola Bar é o pé de porco ao molho (R$ 12) que fica na famosa estufa do bar. Foto: Fábio Gruppi/divulgação
A estufa de iguarias singulares do Bola Bar, estabelecimento que fica no bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, há 50 anos, ganhou outro patamar recentemente, após ser impulsionada também pelo Circuito Baixa Gastronomia. O bar, que possui aperitivos como couve-flor empanada, almôndegas, jiló cozido e pé de porco ao molho, era apreciado por singelos clientes, a maioria que moravam ali mesmo no bairro. Recentemente, o Bola Bar – e a sua estufa – passou a ser frequentado por um novo público – leia-se mais jovem e descolado, além de necessitado por uma gastronomia diferente. “Tenho percebido que a turma mais jovem fica lá fora, mas mesas, e os antigos fregueses continuam fixos e em pé no balcão”, contou Nenel. “Esse movimento de novos públicos é ótimo para a renovação do lugar, desde que ele não perca a sua essência”, pondera.

Novo fôlego

Além do Bola Bar, outros locais passaram, recentemente, a ter mesas mais cheias e pratos saindo com mais rapidez que o comum. Segundo Nenel, existem muitas possibilidades de comer bem pagando pouco.
E é com preços populares que ele indicou sugestões já existentes nos menus de vários estabelecimentos na cidade como o pãozinho de batata recheado com queijo canastra (R$ 4), o cachorro quente completo no maior estilo “ogro” (R$ 7), o pastel vegetariano com muçarela, tomate, cebola, azeitona, milho, palmito e orégano (R$ 6) e o lombo de porco empanado à moda japonesa (R$ 15), do Dona Tomoko, um boteco japonês que abriu recentemente na cidade.
Pelo preço de R$ 6, o pastel vegetariano tá na mão: muçarela, tomate, cebola, azeitona, milho, palmito e orégano. Foto: Fábio Gruppi/divulgação
Pelo preço de R$ 6, o pastel vegetariano tá na mão: muçarela, tomate, cebola, azeitona, milho, palmito e orégano. Foto: Fábio Gruppi/divulgação
O item mais caro dessa curadoria custa R$ 22, que é o feijão tropeiro tradicional do estádio de futebol Mineirão, que fica no bairro Planalto. Para se ter uma ideia, entre as 20 sugestões enumeradas pelo Nenel, metade delas sai por até R$ 10. O circuito com essa curadoria de pratos terminou em dezembro, mas o roteiro responsável por destacar essas iguarias à nova cena gastronômica da cidade fica disponível eternamente. “O objetivo é homenagear a culinária popular e as pessoas que cozinham há tanto tempo, mas não são chefs estrelados. A ideia é sempre fortalecer essa peculiar cena da baixa gastronomia belo-horizontina”, contou.
No bairro Sion, o novíssimo Dona Tomoko Izakaya, serve o clássico tonkatsu: lombo de porco empanado à moda japonesa e custa R$ 15 a porção. Foto: Fábio Gruppi/divulgação
No bairro Sion, o novíssimo Dona Tomoko Izakaya, serve o clássico tonkatsu: lombo de porco empanado à moda japonesa e custa R$ 15 a porção. Foto: Fábio Gruppi/divulgação

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