colunistas
Sandubas clássicos e tradicionais de Curitiba
Cruz Machado feelings
O atendimento foi rápido, mas parece que levou uma eternidade para o sanduba chegar. Sim, porque estávamos na iminência de abocanhar um legítimo herdeiro do mítico Mu-Mu Chorão pela primeira vez em mais de década. Lembranças de muitos fins de noite passados naquele balcão bem no meio da Cruz Machado, coração do bas-fond curitibano, numa época em que o Waldo X-Picanha e o Billy reinavam no imaginário dos notívagos prestes a voltar pra casa. O Bill’s é a nova encarnação de ambos, com o próprio Waldo, de volta a estas paragens, pilotando a chapa. Até o garçom Pedro é um egresso das noitadas da Cruz Machado, tendo servido mesas em todas as boates das imediações.
Chegado o Mu-Mu, deu vontade até de chorar. De emoção e da quantidade de cebola no dito cujo. Mais lindo que isso, só se a gente pudesse sair dali e cair direto numa jam session do Saul Trumpet.
Serviço
Bill’s Picanha e Burgers. Alameda Júlia da Costa, 1.093 — (41) 3336-8088. Abre de segunda a sábado das 18 às 2 horas. Tem delivery.
Bill’s Picanha e Burgers. Alameda Júlia da Costa, 1.093 — (41) 3336-8088. Abre de segunda a sábado das 18 às 2 horas. Tem delivery.
Quanto: Bill Chorão – R$ 16,00; X-Picanha – R$ 17,50
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X-tudo à uruguaia
No Uruguai, conta-se que o chivito surgiu na década de 1940 quando a cliente de uma lanchonete em Punta Del Este pediu carne de chivito (cordeiro, em espanhol). Com o produto em falta, o cozinheiro improvisou – misturou carne bovina e presunto e serviu num pedaço de pão. Nascia um clássico da baixa gastronomia uruguaia, que há algum tempo encontra-se em Curitiba. A Chiviteria, criação de dois sócios com raízes na fronteira Brasil-Uruguai, serve três receitas do sanduba. Recomendamos o da casa (R$ 18, às terças todos os lanches saem por R$ 15), que traz bife, presunto, queijo, salada, uma generosa fatia de bacon, além de azeitonas e ovo cozido ralado. Não há fome que resista, embora o sabor deixe o ogro tentado a pedir um repeteco.
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À moda antiga
Embora tenha gourmetizado a decoração de algumas lojas, o Kharina continua a ter cadeira numerada em nossos corações resmungões. Afinal, sempre foi mais que apenas um rostinho bonito na fauna das fast-food curitibanas (quem se lembra do sanduíche de salmão, infelizmente descontinuado do cardápio, sabe do que falamos). Preferimos, claro, o Kharina do Capanema (ou Jardim Botânico, segundo o marketing imobiliário), com suas mesas, decoração e cadeiras d’antanho. E o Club Rock Kharina, sanduba aberto no prato, continua muito bom, obrigado.
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Rafael Martins, jornalista e guitarrista de bandas como Wandula e Cacique Revenge.
rafaelmmartins@gmail.com
Guilherme Caldas, um quadrinista que trabalha com publicidade sem ser publicitário.
guilherme@candyland.com.br