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Tesouro em borbulhas
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Foi-se o tempo em que se bebia champagne apenas em ocasiões muito especiais. Isso, claro, para nós brasileiros, que guardávamos o contato com a bebida para grandes comemorações, passagem de ano, brinde dos noivos no casamento e outros eventos bem específicos.

Mas, com o passar do tempo e a abertura das importações, a mais nobre de todas as bebidas passou a fazer parte também de outros momentos. E até mesmo de nenhum específico, apreciada apenas como boa companhia para um cair de tarde ou algo assim.

Bebe-se champagne em todas as ocasiões. E com as mais diversas harmonizações, podendo acompanhar pratos que vão da entrada à sobremesa com o mesmo garbo e a mesma sofisticação.

A Casa Deutz

Tive a oportunidade de conhecer a casa Deutz, em viagem recente que fiz à França. Fundada em 1838, no vilarejo de Aÿ, situado no coração histórico de Champagne, já chegou ao fim do século 19 referenciada como uma das seis joias produtoras da região, depois de passar pela administração de cinco gerações de descendentes de William Deutz, um de seus fundadores.

Houve um desvio no viés de produção no século passado, especialmente em seus anos finais, com a decisão de investir também na fabricação de destilados, além de adquirir vinhedos na Califórnia e na região de Bordeaux.

Em baixa, a empresa foi negociada em 1993 com o empresário Jean-Claude Rouzeaud, da Roederer, que tinha em Fabrice Rosset um dos seus principais assessores. Três anos depois, o braço direito Rosset assumiria a presidência da Deutz, redirecionando os investimentos para a plena recuperação da vinícola.

Nesses anos todos de crescimento, alguns produtos de sucesso foram lançados pela sensibilidade de Rosset, como a inigualável cuvée Amour de Deutz, um blanc de blanc (produzida a partir de uva branca) 100% chardonnay que teve sua denominação inspirada na estátua de Cupido existente no pátio da histórica mansão onde está a sede da empresa.

Com 45 hectares de vinhedos próprios e controlando outros 190 hectares de vinhedos de pinot noir, chardonnay e pinot meunier (as três castas autorizadas na fabricação do champagne) escolhidos entre os viticultores da região de Champagne, a Deutz produz dez diferentes tipos de espumante, com destaque para os tops William Deutz Brut, William Deutz Rosé e a já citada Amour de Deutz.

Com o objetivo de melhorar a qualidade das uvas, a Deutz reduziu o rendimento abaixo de 20% do que a legislação da Champagne estabelece. Também na adega, há ações personalizadas, como o estágio dos champagnes básicos por 36 meses nas caves, enquanto a lei estabelece o prazo mínimo de 18 meses. As cuvées de prestige (vinhos de maior valor agregado) por lá permanecem por até nove anos.

Nessa minha visita, tive como anfitrião Jean-Marc Lallier-Deutz, octaneto e diretor de marketing e RP da casa. Juntos, percorremos todas as dependências da vinícola, da suntuosa sede ao labirinto das caves subterrâneas, das novas instalações de vinificação, com seus gigantescos tanques de aço, aos vinhedos em torno da propriedade e em outros pontos de Aÿ.

E finalizamos com um brinde, porque champagne, afinal, é para todas as ocasiões.

Divulgação

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