• Carregando...
O smoking feminino desenhado pelo estilista Yves Saint Laurent em 1966: clássico | Reprodução
O smoking feminino desenhado pelo estilista Yves Saint Laurent em 1966: clássico| Foto: Reprodução
  • Marlon Brando e sua jaqueta de couro em O Selvagem: para a eternidade

Camisa branca, pérolas, batom vermelho, vestido preto, trenchcoat, smoking feminino, scarpin, jaqueta de couro, t-shirt, calça jeans. Por mais que não se ligue em moda, é difícil quem não reconheça essas peças como clássicos da indumentária ocidental. Mas o que leva uma roupa ou um acessório a se perpetuar como tal?

Provavelmente, não é coincidência que a maioria desses itens do classicismo fashion tenha sido inventado no século 20, período em que a moda se desenvolveu tal qual a conhecemos. O século passado foi a época dos grandes costureiros: Coco Chanel, Christian Dior, Rubert Givenchy, Cristobal Balenciaga, Calvin Klein, Yves Saint Laurent, Pierre Cardin, Valentino. Na mão dessas pessoas surgiram e foram recriadas, no dinâmico espiral da moda, peças que se tornaram atemporais. Nem as novas técnicas de criação, os materiais tecnológicos ou a rapidez com que as coleções se sucedem atualmente foram capazes de macular a força desses ícones.

É possível dizer que em comum uma peça clássica tenha a capacidade de se moldar ao tempo. Uma camisa é uma camisa sempre, com alguma alteração de corte e colarinho, que pode aumentar ou diminuir conforme a "tendência" vigente. Mas é muito possível – diria até inteligente – que você aproveite a camisa de algodão de 20 anos atrás para compor o seu visual. Até as saias amplas do new look de Dior – indiscutivelmente um clássico, mas difíceis de se adaptar à forma de vestir urbana – ganha releituras viáveis. O desejo das mulheres de parecerem princesas se renova sazonalmente.

A manchete de um site anuncia: "Verão 2011: estilistas revisitam o clássico tailleur Chanel". O que dizer do estilo imortalizado por Gabrielle Chanel? Coco tem um repertório de clássicos no qual a atitude vem de brinde. Ela misturou pérolas com contas de material ordinário, inventou a bolsa de matelassê com correntes douradas, o scarpin bicolor, além de criar o perfume mais famoso do mundo, o Chanel n.5, e imortalizar os cabelos retos, cortados rentes à nuca.

O clássico da moda carrega a função, a forma e o conteúdo. O jeans saiu das minas para o corpo dos hippies (o resto da história você sabe); o trench coat foi criado para proteger os soldados nas trincheiras da guerra, mas quem o eternizou foi o casal amargurado de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, em Casablanca. Trajar uma dessas peças clássicas nos confere um status cultural, um colocar-se no mundo por meio da roupa. No casamento gay do filme Sex and The City 2, Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) está vestida de smo­­king. O filme pode até se encaixar na galeria das besteiras cinematográficas, mas a imagem de uma mulher de calça e paletó é repleto de significados caros à sociedade: é bonito, é elegante, é chique, é sexy... é clássico.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]