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Amigas se divertem em Los Angeles: jogo para todos | Frederic J. Brown/
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Amigas se divertem em Los Angeles: jogo para todos| Foto: Frederic J. Brown/ AFP

No domingo, uma mãe que eu conheço levou um grupo de meninas adolescentes ao Newseum, o museu de jornalismo de Washington, para que elas aprendessem um pouco sobre o ramo. Mas, em vez disso, uma das meninas disse que elas acabaram passando “cerca de 60% do tempo jogando Pokémon Go”.

É possível, no entanto, que as meninas estivessem na pista certa, porque são relativamente poucas as notícias que viralizaram tanto nos últimos dias quanto a moda do Pokémon Go nos Estados Unidos, Japão e Austrália.

Em algum momento do fim de semana, quase 6% dos aparelhos Android tinham instalado o aplicativo de realidade ampliada Pokémon Go, o que faz com que ele seja mais popular do que o Tinder, e, segundo os relatos, foram capturados um número de usuários igual ao dobro dos do Snapchat, na medida em que a Nintendo vem testemunhando uma alta de US$7,5 bilhões em seu valor no mercado desde que o jogo foi lançado semana passada.

Os primeiros relatos descreveram a situação como sendo um fenômeno no mundo dos videogames, atribuindo todo esse barulho à popularidade da franquia Pokémon – uma onda que, como ouvi várias pessoas falando ao longo da semana, “fez até o meu filho adolescente sair de casa” com o celular (para jogar, você sai e usa o seu smartphone para se orientar pelas ruas de uma versão animada do Google Maps, na qual você vê os Pokémons que está tentando capturar).

Mas, na verdade, propõe-se que esse tipo de atividade agora deverá se tornar a nova norma.

Realidade virtual emocionante

Faz décadas que as empresas de tecnologia e videogames vêm aumentando a sensação de imersão plena dos jogadores em realidades virtuais. Mas, no momento, a maior fronteira digital não é justamente voltar à realidade real (em vez da virtual)? A diferença é que, agora, ela é ampliada pelo celular.

Os gênios por trás do Pokémon Go têm muita experiência em trabalhar com aplicativos do Google que utilizam satélites para rastrear a superfície da Terra.

Agora, o que impede as Comcasts e Apples e Amazons e Disneys da vida de transformarem o nosso próprio mundo naturalmente 3D numa nova e emocionante área de exploração ampliada, numa escala tão maciça quanto a do Pokémon Go?

O futuro chegou

A promessa que costumávamos ouvir para o futuro há muito tempo é a de que teríamos jetpacks. Ou drones pessoais. Ou carros que se dirigem sozinhos. Pois bem, é capaz que a gente vá precisar mesmo é de jetpacks que se dirigem sozinhos se continuarmos com nossa fome por jogos de realidade aumentada. Jogos como o Minecraft da Microsoft e o Ingress do Google (também criado, assim como o Pokémon Go, pela Niantic Labs) representaram passos importantes no caminho até esse ponto crucial. Agora o formato parece estar pronto para ser levado às massas.

Há toda uma fortuna de novas indústrias a serem extraídas dessa moda. Quanto tempo até surgirem reality shows e game shows construídos em torno da ideia de fazer os participantes, munidos de celulares, competirem no “mundo real” ampliado? Ou, então, quanto tempo até começarmos a jogar esses jogos interativos em rede internacional, televisados pela mídia e titãs do entretenimento?

Será que tem alguma chance de usarmos essa tecnologia para salvar as Olimpíadas do Rio/Zika? Uma maratona ampliada? Isso eu pagaria para ver.

O Pokémon Go reintroduziu muitos devotos dos eletrônicos às maravilhas do mundo natural, ainda que através de uma telinha – na medida em que se pode ver centenas de Pokémons aparecendo, por exemplo, em monumentos locais. As possibilidades globais são profundas.

Só faltava a Mãe Natureza ter pensando num jeito de equipar o planeta com pontos naturais de recarga de bateria.

A vida útil (das baterias) se misturaria com a vida natural. Imaginem só.

O planeta lhe agradece, Pikachu.

Tradução: Adriano Scandolara
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