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O brasileiro “Aquarius”, do diretor Kleber Mendonça Filho, venceu o prêmio do júri de melhor filme no festival World Cinema Amsterdam. Já o troféu do público ficou para “The Salesman”, do iraniano Asghar Farhadi. O anúncio da sétima edição do prêmio holandês foi feito neste domingo (28).

Como a participação brasileira no Oscar se transformou em uma briga política

Comissão do MinC que vai escolher candidato tem um integrante abertamente contrário ao diretor de “Aquarius” e gerou desistências, incluindo de filme curitibano.

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No perfil oficial de “Aquarius” no Facebook, Kleber Mendonça Filho diz estar “muito feliz” com o prêmio, do qual já havia participado em 2012 com “O Som ao Redor”.

Em “Aquarius”, Sonia Braga interpreta Clara, uma sexagenária que luta contra uma construtora que tem planos de demolir o prédio em que ela vive, o último remanescente de deu seu estilo na praia de Boa Viagem, no Recife. É um libelo contra a especulação imobiliária que tem em Clara uma “heroína”, como define o diretor, e um “vilão” em Diego, o herdeiro da construtora vivido por Humberto Carrão.

O filme abriu o Festival de Gramado, na sexta (26), e foi ovacionado pelo público.

Contratempos

“Aquarius” tem passado por diversos contratempos desde que estreou em Cannes. O Ministério da Justiça determinou que sua classificação é de impróprio para menores de 18 anos, o que levou a parte dos profissionais do cinema a considerar que o longa está sendo retaliado pelo governo interino por causa do protesto na mostra francesa.

O filme também está no centro de outra crise com o governo, envolvendo a comissão do Ministério da Cultura que vai escolher o longa brasileiro a representar o país no Oscar.

“Aquarius” é um dos favoritos à vaga, mas o comitê tem entre seus nove membros um crítico, Marcos Petrucelli, que já usou redes sociais para depreciar do diretor.

“Esta semana foi febril”, diz Kleber. “Mas filmes fazem parte da sociedade, interagem com ela.”

Petrucelli afirma que sua contrariedade se limita às posições políticas do diretor e que isso não vai afetar seu julgamento na comissão. Outros membros também negam partidarização.

Secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini diz que a polêmica é infundada e que o processo de escolha de Petrucelli seguiu os trâmites normais e teve “transparência absoluta”.

Na última semana, três diretores anunciaram que não mais inscreverão seus filmes na disputa, em solidariedade a “Aquarius”: Aly Muritiba (“Para Minha Amada Morta”), Anna Muylaert (“Mãe Só Há Uma”) e Gabriel Mascaro (“Boi Neon”). E dois integrantes da comissão deixaram o grupo: o cineasta mineiro Guilherme Fiúza Zenha e a atriz Ingra Lyberato.

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