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Fotógrafo e produtor acompanharam o cotidiano de 13 famílias que moravam a beira do Itaqui. | Cayo Vieira/Divulgação
Fotógrafo e produtor acompanharam o cotidiano de 13 famílias que moravam a beira do Itaqui.| Foto: Cayo Vieira/Divulgação

Região ambientalmente relevante pelos mananciais de água e áreas de preservação que abriga – a Bacia do Rio Itaqui – na divisa de São do José dos Pinhais e Piraquara, foi o espaço com o qual o fotógrafo Cayo Vieira desenvolveu uma relação de estima para construir o projeto “Mudanças”. A exposição (e o livro homônimo), que será inaugurada nesta quarta-feira no Centro Cultural Sistema Fiep, retrata facetas do projeto de reassentamento de famílias do Itaqui.

Essa é a primeira mostra individual de Vieira – sua relação com o tema, entretanto, começou em 2011, quando trabalhava na Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e acompanhava a entrega de casas em projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa Minha Vida. Mas os registros eram um tanto superficiais. Junto com Diego Marchioro, produtor do projeto, pensaram em tornar a relação com os moradores mais íntima, e acompanharam, de outubro de 2014 a maio deste ano, o cotidiano de 13 famílias que deixariam a ocupação irregular.

“Entramos em contato com assistentes sociais que atuam na área há 20 anos, e selecionamos os personagens. No começo, participávamos das entrevistas e dos questionários básicos, mas logo criamos uma amizade e um vínculo, e registrávamos o dia a dia deles, participávamos do almoço, tomávamos café com a família. Era como ficar como uma mosquinha na parede, observando”, conta Marchioro. A exposição reúne 26 fotos das famílias, e o livro, cerca de 110 imagens dos moradores e da região.

Mudanças

Centro Cultural Sistema Fiep (Av. Cândido de Abreu, 200 – Centro Cívico), (41) 3271-9560. Inauguração às 20 horas. Visitação de quarta-feira a domingo, das 10h às 18h. Entrada franca. Até 16 de agosto. Mais informações no Guia.

Adaptação

O produtor destaca duas características do reassentamento que refletiram positivamente nas fotografias: os moradores foram realocados em um condomínio residencial bastante próximo do Itaqui e receberam auxílios depois da mudança, como orientação financeira (já que o condomínio requer pagamento mensal).

Apesar da melhora de vida e da felicidade com a conquista da casa, Marchioro notou que a realidade difícil da ocupação foi transportada para o apartamento, em boa parte dos casos. Outro ponto é pessoas que tinham relação muito forte com a natureza acabaram se sentindo desconfortáveis com a falta de espaço e do rio, como Dona Ana. “Ela não pode levar o fogão a lenha para o apartamento, e sente falta dos bichos e da casa grande. Está se adaptando. Mas são poucos os casos, o que mais observamos é muita gratidão”, diz o produtor.

As 13 famílias vão participar da inauguração da exposição. Os exemplares de “Mudança” serão distribuídos gratuitamente para os visitantes.

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